Uma mulher deixou frequentar a igreja evangélica após ouvir do pastor que seu filho “tinha o demônio” por ser homossexual. A história foi revelada pelo “Profissão Repórter”, exibido na última quarta-feira (29) na Rede Globo.
À reportagem, a auxiliar de limpeza Cátia Vedeschi contou que não perdeu a fé, mas não quis mais frequentar os cultos em solidariedade a Guilherme, de 23 anos e maquiador.
“Eu era evangélica, mas como o pastor falava que o meu filho tinha demônio, eu preferi sair da igreja e apoiar meu filho”, disse Cátia, integrante do coletivo “Mães Pela Diversidade”, em São Paulo. O grupo visa criar uma rede de apoio e conscientizar as pessoas contra o preconceito.
LEIA TAMBÉM: VÍDEO: Arthur do Val leva socos e chutes do ex-deputado Boca Aberta durante viagem ao Paraná
‘A melhor mãe’
Guilherme disse acreditar ter sido difícil para a mãe descobrir sua sexualidade, mas que ela é, sem dúvida, “a melhor mãe”.
“Acho que eu posso dizer que ela foi a melhor mãe na questão de falar que ia estar comigo, independente de qualquer coisa. Tem muitas pessoas LGBTQIA+ que tem mães religiosas, mas as mães não querem saber. Tipo, é essa a minha opinião, eu não vou te respeitar, eu não vou te aceitar e acabou. Estou feliz de poder falar que tenho uma família que me respeita”, afirmou o jovem ao programa.
Pesquisa indica maior grau de ansiedade
Uma pesquisa realizada pelo LinkedIn revelou que 42% dos membros da comunidade LGBTQIAP+ afirmam que pensar em estar presencialmente no trabalho causa ansiedade. Entre o público heterossexual cisgênero, apenas 22% se sentem dessa forma.
Além disso, a comunidade queer também sofre ou já sofreu mais com algum problema relacionado à saúde mental (47%) se comparado com os que não se identificam como LGBTQIAP+ (21%).
O levantamento também apontou que 8 em cada 10 membros da comunidade se sentem confortáveis para compartilhar sua identidade de gênero e/ou orientação sexual no ambiente de trabalho. Apesar do dado expressivo, percebe-se também um aumento no número de pessoas que alegam ter sofrido algum tipo de discriminação (43%), principalmente por meio de piadas e comentários homofóbicos, frente a 35% em 2019, ano de lançamento do primeiro estudo.
Além disso, quando separadas por orientação sexual, observa-se uma grande diferença no percentual de pessoas que consideram o Brasil um país homofóbico: 75% dos integrantes da comunidade LGBTQIAP+ contra 49% dos heterossexuais cisgêneros.
Conduzida pela Opinion Box, a pesquisa entrevistou mais de 1.100 profissionais LGBTQIAP+ e heterossexuais cisgêneros de todo o Brasil.
VOCÊ TAMBÉM PODE SE INTERESSAR: