O tenente brasileiro que comanda um pelotão aliado às tropas ucranianas contou detalhes sobre o bombardeio que matou Douglas Búrigo e Thalita do Valle na semana passada na cidade de Kharkiv. Ao portal de notícias “UOL”, ele revelou momentos de tensão e justificou as decisões que precisaram ser tomadas.
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Sandro Carvalho da Silva disse que integrava um grupo formado por brasileiros, colombianos e espanhóis que montou bases temporárias em sobrados em um vilarejo. Quando estava em um desses imóveis com Douglas, Thalita e outro combatente, foi surpreendidos pelas bombas.
Após a primeira explosão, o grupo buscou proteção em um bunker, mas um disparo com munição incendiária deu início ao fogo.
“O outro combatente subiu a escada até a ponta do bunker e viu que já tinha muito fogo, que começava a se alastrar pela casa toda. Lembramos que tinha muita madeira no assoalho. Aí, tomamos a decisão de sair mesmo no meio do fogo, num intervalo de poucos segundos entre um disparo e outro. Foi uma decisão perigosa, porque poderíamos ser atingidos”, disse Sandro ao “UOL”.
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O tenente afirmou que conseguiu escapar pela janela. Já o outro combatente fugiu por um buraco na parede. Quando chegou à área de mata para se proteger, só encontrou o outro combatente do pelotão.
“Olhei para cima, vi um drone e corri para a floresta. De lá, ficava gritando para eles [Douglas e Thalita] saírem. Mas eles não conseguiram sair. Aí veio mais um disparo que atingiu a casa. E a gente teve que correr para outro bunker. Se ficássemos ali, também iríamos morrer”, revelou à reportagem.
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Quando a sequência de bombardeio parou, os combatentes pediram reforços e voltaram para o imóvel. Eles, então, correram com baldes de água para apagar o foco de incêndio.
Thalita foi encontrada desacordada, não resistiu e morreu asfixiada. Douglas permaneceu no sobrado para tentar retirar Thalita do bunker e acabou morrendo também.
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