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PM disse que foi alvo de ‘xingamentos’ antes de matar irmã e citou problemas antigos entre elas

Soldado arrancou as unhas dos dedos após ser presa e demonstrou comportamento psicótico

PM Rhaillayne de Mello matou a irmã, Rhayana, após briga em um posto no RJ (Reprodução/Redes sociais)

Presa em flagrante após matar a própria irmã, a PM Rhaillayne Oliveira de Mello disse em depoimento à polícia que antes do crime foi alvo de “vários xingamentos” por parte da vítima e citou problemas antigos de relacionamento entre elas. A soldado deu um tiro no peito da irmã, Rhayna Oliveira de Mello, após uma discussão em um posto de gasolina em São Gonçalo, no Rio de Janeiro.

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De acordo com a Polícia Civil, ao ser ouvida na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), pouco depois do crime, a soldado mesmo tendo o direito de permanecer em silêncio, acabou falando sobre os problemas antigos com a irmã e citou que antes de atirar nela foi alvo dos xingamentos.

De acordo com reportagem do jornal “O Globo”, a PM apresentou comportamento estranho durante o depoimento, chegando a pedir aos gritos que queria “a irmã de volta”. Além disso, um laudo da Polícia Técnica e Científica mostrou que ela bateu com as algemas contra a própria testa e arrancou as unhas dos dedos mínimos, o que indicou que ela apresentava estado pós-traumático e comportamento sugerindo psicose.

A irmã da policial, segundo o legista que fez o laudo da necropsia, morreu em decorrência de um disparo de arma calibre .40 no tórax. O laudo do IML diz que ela sofreu hemorragia interna, lesões pulmonares e também vasculares.

O crime

Rhaillayne e Rhayana teriam saído de uma festa e pegaram um carro de aplicativo. De acordo com uma atendente do posto, elas já chegaram ao local discutindo.

“Aqui tem um banheiro e elas vieram aqui para esse banheiro e começaram a discutir, até que aconteceu esse fato lamentável. Só escutei o barulho, muito, muito tiro”, disse Josiane Silva ao “G1″.

Segundo testemunhas, a PM disparou diversas vezes contra a irmã. A polícia foi acionada, e Rhaillayne acabou presa pelo próprio marido, que também é policial militar e deu voz de prisão em flagrante à esposa. Ela foi encaminhada para a Delegacia de Homicídios de Niterói, onde foi autuada por crime de homicídio.

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O Corpo de Bombeiros também foi chamado, mas encontrou a vítima já sem vida no local. Já a Corregedoria Geral da Corporação acompanha o caso por meio da 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar.

Soldado PM Rhaillayne Oliveira de Mello  matou a própria irmã com tiro no peito
Rhaillayne entrou na PM após recorrer à Justiça (Reprodução / Redes Sociais)

Aprovação na PM

Rhaillayne só conseguiu ingressar na Polícia Militar após entrar com um recurso na Justiça. Ela foi aprovada no concurso em 2014, mas acabou reprovada durante a “pesquisa social” após confessar que já fez uso de substâncias tóxicas três vezes em festas de raves, mais especificamente maconha, LSD, ecstasy e MD (droga sintética).

Na ocasião, os responsáveis pela análise também citaram outros motivos para que a candidata não fosse aceita, como desavenças públicas que ela teve com o pai “pelo fato de o mesmo não concordar com as coisas erradas que fazia” e o “relacionamento de amizade” com um homem suspeito de crimes.

Depois da reprovação, Rhaillayne entrou com uma ação na Justiça e seguiu no processo seletivo. Porém, depois, ela ainda foi reprovada nos testes físicos e voltou a recorrer. Desta vez, ela alegou que o próprio curso de formação ocasionou problemas de saúde que afetaram o desempenho na prova.

A Justiça acatou a tese de que ela agiu de forma transparente e honesta ao responder as perguntas feitas pelo pesquisador responsável pelo levantamento social dos aprovados no concurso.

A ação tramitou até o segundo semestre do ano passado, quando acabou arquivada por desistência da própria autora. Assim, ela assumiu o posto de soldado na corporação. Desde que foi aprovada, a PM estava lotada no 7º BPM (São Gonçalo).

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