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Confira os principais fatos da morte do petista baleado por bolsonarista durante aniversário, no PR

Atirador também foi baleado e está internado; ele teve a prisão decretada pela Justiça

Saiba os principais pontos da morte do petista Marcelo Arruda durante seu aniversário, no PR (Reprodução/Arquivo pessoal)

O guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, morreu após ser baleado na própria festa de aniversário, em Foz do Iguaçu, no Paraná. A comemoração tinha temática petista com bandeiras, cores e fotos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato à presidência.

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Segundo a polícia, o policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho foi o autor do crime. O homem, que se apresenta nas redes sociais como apoiador de Jair Bolsonaro, também foi atingido por um tiro e está internado. Ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostrou o momento da confusão (veja abaixo). ATENÇÃO, AS IMAGENS SÃO FORTES:

Onde e quando ocorreu o caso?

Arruda comemorava seu aniversário ao lado de familiares e amigos, noite de sábado (9), na Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, na Vila A, em Foz do Iguaçu. O guarda municipal, que também era tesoureiro do PT no Paraná, escolheu as cores do partido e fotos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato à presidência, para decorar a festa.

Segundo relatos de testemunhas e registro de câmera de segurança, Guaranho apareceu no local da festa pela primeira vez por volta das 23h. Ele estava de carro, acompanhado de uma mulher e um bebê.

O policial penal, então, de dentro do veículo, teria apontado sua arma para fora enquanto gritava palavras de apoio a Bolsonaro e ameaçava o aniversariante e seus convidados.

Quem atirou em quem?

Segundo o boletim de ocorrência, Guaranho entrou no local e gritou “aqui é Bolsonaro”, atirando contra a vítima, que também reagiu e efetuou um disparo. Assim, o atirador também foi atingido.

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O tesoureiro do PT foi socorrido e levado ao Hospital Municipal de Foz do Iguaçu, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada de domingo (10). Já Guaranho chegou a ter a morte confirmada, mas depois a Polícia Civil destacou que ele está internado, sem dar detalhes sobre a unidade de saúde.

Quais as possíveis motivações do crime?

A delegada Iane Cardoso, responsável pelas investigações, disse em entrevista coletiva que ainda apura a motivação do ataque de Guaranho a Arruda. Ela confirmou que o policial penal federal era um dos diretores da associação onde a festa foi realizada.

“A priori é o que estão divulgando [que o motivo foi divergência politica], mas a gente está investigando, tentando extrair a verdadeira motivação. O que estão divulgando é que houve um conflito político, mas a polícia tem que averiguar”, destacou.

A delegada destacou que também analisa as imagens de câmeras de segurança, que mostraram a troca de tiros, e planeja ouvir outras testemunhas do crime.

Já o secretário de Segurança Pública de Foz do Iguaçu, Marcos Antonio Jahnke, lamentou a morte do guarda municipal e afirmou já ter uma pista do motivo do ataque: “Pelo que a gente percebeu, foi uma intolerância política”, disse.

Guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda foi morto na sua festa de 50 anos, no Paraná (Reprodução/Redes sociais)

Houve anterior briga entre a vítima e o atirador?

A delegada Iane Cardoso disse que, segundo uma testemunha, o policial penal estava no local da festa e tocava uma música que “remetia a Bolsonaro”, o que teria desagradado o aniversariante. Assim, Arruda teria pedido que Guaranho se retirasse do local, quando ele partiu para cima e atirou.

Quem é Marcelo Aloizio de Arruda?

Além de guarda municipal, Marcelo Aloizio de Arruda era tesoureiro do PT. Em 2020, ele foi candidato a vice-prefeito de Foz do Iguaçu pela sigla.

O homem, que estava comemorando 50 anos na festa, era casado com Pamela Silva e deixa quatro filhos, sendo um bebê de apenas 40 dias.

Quem é Jorge Guaranho?

Nas redes sociais, Jorge Guaranho se identifica como apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele diz ser um “policial penal federal, conservador e cristão”.

Em uma publicação, ele aparece ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), filho do Presidente da República. Em outra foto, ele faz um gesto característico do presidente, que simula armas com as mãos.

Jorge Jose da Rocha Guaranho, que atirou e matou petista, apareceu nas redes sociais ao lado de Eduardo Bolsonaro (Reprodução/Redes sociais)

Segundo a delegada de Polícia Civil Iane Cardoso, ele é um dos diretores da associação onde o crime aconteceu. A presidência da associação informou que o atirador ocupava o cargo de secretário no corpo diretor.

Policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho se apresenta como bolsonarista nas redes sociais (Reprodução/Twitter @jorgeguaranho)

Guaranho e Marcelo se conheciam?

Segundo a esposa de Arruda, ele e o atirador não se conheciam. Ela afirmou ainda que Jorge Guaranho não estava convidado para a festa.

“Ele simplesmente chegou na festa, desferiu algumas palavras de cunho político. Marcelo pede, naquele momento, que ele se retire do local. E ele aponta arma. Eu e o Marcelo tentamos dialogar com ele, mas ele ignora tudo isso”, afirmou.

Repercussão do caso

Políticos e autoridades comentaram sobre o assassinato do guarda municipal e tesoureiro do PT. Entre eles estão o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Lula afirmou que Arruda comemorava a chegada dos 50 anos “com a alegria de um pai que acabou de ter mais uma filha”.

“Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda”, disse Lula.

Já Bolsonaro falou sobre o caso durante uma entrevista no Palácio do Planalto: “Agora, o que eu tenho a ver com esse episódio de Foz Iguaçu? Nada”, disse ele.

Depois, em postagem nas redes sociais, destacou que “dispensa o apoio de quem pratica atos de violência”:

“Independente das apurações, republico essa mensagem de 2018: dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos. É o lado de lá que dá facada, que cospe, que destrói patrimônio, que solta rojão em cinegrafista, que protege terroristas internacionais, que desumaniza pessoas com rótulos e pede fogo nelas, que invade fazendas e mata animais, que empurra um senhor num caminhão em movimento. Falar que não são esses e muitos outros atos violentos mas frases descontextualizadas que incentivam a violência é atentar contra a inteligência das pessoas”, disse.

“Nem a pior, nem a mais mal utilizada força de expressão, será mais grave do que fatos concretos e recorrentes. Que as autoridades apurem seriamente o ocorrido e tomem todas as providências cabíveis, assim como contra caluniadores que agem como urubus para tentar nos prejudicar 24 horas por dia”, ressaltou o presidente.

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