O número de casos confirmados de monkeypox, a varíola dos macacos, passou de 590 para 741 no Estado de São Paulo em apenas dois dias, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde. Do total, 614 estão na capital paulista e os demais espalhados por outras 41 cidades.
Veja a relação abaixo:
- Capital (614 casos);
- São Bernardo do Campo (15);
- Itapevi e Santo André (10 casos cada);
- Guarulhos e Osasco (8 casos cada);
- Campinas (7);
- Diadema (6);
- Barueri e Ribeirão Preto (5 casos cada);
- Itapecerica da Serra e São Caetano do Sul (4 casos cada);
- Cajamar, Cotia e Embu das Artes (3 casos cada);
- Carapicuíba, Indaiatuba, Itaquaquecetuba, Jundiaí, Mogi das Cruzes, São Carlos, São José dos Campos, Sertãozinho e Taboão da Serra (2 casos cada);
- Araras, Bady Bassit, Embu-Guaçu, Francisco Morato, Franco da Rocha, Itanhaém, Itararé, Jacareí, Jandira, Mauá, Paulínia, Praia Grande, Santa Bárbara D’Oeste, Santos, Sorocaba, Suzano, Várzea Paulista e Vinhedo (1 caso cada).
Transmissão por contato sexual
A Secretaria Estadual de Saúde destacou que, dos casos confirmados, foi identificada prevalência de transmissão por contato íntimo e sexual.
“O vírus da Monkeypox faz parte da mesma família da varíola e é importante salientar que o atual surto não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos. A transmissão ocorre entre pessoas e o atual surto tem prevalência de transmissão de contato íntimo e sexual”, destacou a pasta.
Na quarta-feira (27), o diretor Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu que as pessoas restrinjam o número de parceiros sexuais para tentar conter a transmissão do vírus, que já teve mais de 18 mil casos reportados em vários países em todo o mundo.
Embora a varíola do macaco não seja considerada até agora pela OMS como doença sexualmente transmissível, segundo o diretor da entidade 98% do casos detectados até agora ocorreram entre gays, bissexuais e outro homens que fizeram sexo com outros homens.
“Isso significa fazer escolhas seguras para você e para os outros, para homens que fazem sexo com homens, Isso inclui, no momento, reduzir o número de parceiros sexuais”, disse Tedros.
Comitê de emergência
No Brasil todo, já são 978 casos de monkeypox. Por conta do rápido avanço da doença, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu criar um comitê técnico de emergência. A ideia é que áreas técnicas de pesquisa clínica, registro, boas práticas de fabricação e farmacovigilância atuem em colaboração com profissionais de saúde e a comunidade científica.
“A atuação do Comitê permitirá ações coordenadas e céleres para salvaguardar a Saúde Pública, reunindo as melhores experiências disponíveis nas autoridades reguladoras, permitindo acelerar o desenvolvimento e as ações que envolvem pesquisas clínicas e autorização de medicamentos e vacinas”, diz o comunicado da Anvisa.
Segundo a agência, a equipe técnica vai produzir protocolos de ensaios clínicos, além de discutir com desenvolvedores de medicamentos como tratar, prevenir ou diagnosticar a doença. Com isso, será possível a rápida aprovação e conclusão de testes que vão fornecer dados necessários para a tomada de decisões que podem frear a disseminação da doença.
O vírus
De acordo com o site Tua Saúde, a varíola dos macacos, também chamada de Monkeypox, é uma condição rara causada pelo vírus do gênero Orthopoxvirus, presente em roedores. O nome se dá pois sinais de uma doença parecida com a varíola foram encontrados em testes feitos em macacos de laboratórios nos anos 50. O primeiro caso humano foi identificado em 1970.
Sintomas
Os sinais iniciais da doença são:
- Bolhas e feridas na pele acompanhadas de coceira e dor;
- Febre;
- Calafrios;
- Dor de cabeça;
- Dor muscular;
- Cansaço excessivo,
- Dor nas costas.
Esses sintomas costumam aparecer de 5 a 21 dias após o contato com o vírus e podem durar entre duas semanas e 21 dias.
Transmissão
A transmissão da doença acontece caso haja contato com alguém infectado, seja por meio de secreções, respiração, tosse ou fala. Contudo, para que ocorra a transmissão, o contato deve ser prolongado.
Além desse tipo de contágio, a transmissão também ocorre através das secreções das bolhas e feridas que aparecem na pele ou ainda por objetos contaminados. Mordida de roedores infectados, consumo de carne mal cozida de animais infectados e o contato com secreções desses animais também podem causar a doença.
Não há tratamento específico para a doença, mas os quadros clínicos costumam ser leves, sendo necessários o cuidado e a observação das lesões. O maior risco de agravamento acontece, em geral, para pessoas imunossuprimidas com HIV/AIDS, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos de idade.
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