Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que um policial militar aparece apontando uma arma para o local onde crianças faziam uma aula de balé, na comunidade da Providência, no Centro do Rio de Janeiro (veja abaixo). Segundo reportagem do site G1, as imagens não são recentes, mas levantaram a discussão sobre o impacto das operações policiais na vida dos moradores das favelas.
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O vídeo mostra um policial apontando uma arma e em seguida aparece uma criança, visivelmente assustada. As imagens continuam e mostram o interior de um imóvel, onde uma professora de balé dá aulas a vários outros menores.
De acordo com o guia de turismo Cosme Felipsen, morador da comunidade, as imagens são chocantes, mas não recentes. Ele afirmou, no entanto, que cenas como essa se repetem corriqueiramente na região, mesmo em dias em que não há operação ou confrontos.
“Ali tem um bequinho estreito, que fica bem do lado da Casa Amarela, que é onde as crianças estão participando da aula de dança. A UPP [Unidade de Polícia Pacificadora] fica perto dali e, quando os policiais passam, é comum que andem apontando, explicou ele ao G1.
Cosme destacou que, infelizmente, mesmo com o policiamento armado, a insegurança é constante nas comunidades. “No início da UPP, tinham cerca de 200 policiais, mas o estado nunca mandou 200 professores. A escola e a Clínica da Família não são aqui em cima, mas a UPP é. Não temos aparelhos culturais ou de lazer no alto do morro, temos policiais e armamentos.”
Repercussão
Procurada pela reportagem para comentar sobre o vídeo, a assessoria da Polícia Militar informou que, além das necessárias missões de patrulhamento, a corporação tem valorizado cada vez mais a disseminação do conceito de polícia de proximidade colocado em prática através de programas específicos.
“Na comunidade do Morro da Providência, assim como em outras áreas da capital onde operam as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), os policiais militares atuam em projetos voltados para inclusão social. São desenvolvidos nessas comunidades 89 projetos nas áreas de esporte, cultura, educação e saúde, beneficiando 4.430 moradores – crianças, adolescentes, adultos e idosos”, diz a nota.
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Nas redes sociais, muitos internautas criticaram a postura do PM em apontar a arma na direção de crianças. “Sério que isso é real? Eu realmente pensei que fosse uma encenação”, disse um internauta.
Mas também teve quem visse a questão de outra perspectiva: “O nome disso é varredura, só porque tem uma criança o policial tem que virar as costas e ficar vulnerável? Como se os traficantes já não andassem armados nesse lugar todo dia”, destacou outro comentário.