Bruno Fernandes Moreira Krupp, de 25 anos, que foi preso por atropelar e matar o adolescente João Gabriel Cardim Guimarães, de 16, na orla da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, é modelo fotográfico de grandes agências do ramo. Ele também é influenciador digital e soma mais de 143 mil seguidores em uma conta no Instagram - a qual restringiu o acesso após se envolver no acidente.
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Nas suas redes sociais, Krupp costuma postar fotos em locais paradisíacos e exibindo seu porte físico atlético. Ele também ficou conhecido por ser ex-namorado da influenciadora Sarah Poncio, de quem se separou no início do ano após ter sido flagrado com outra em uma festa.
Ele trabalha para a agência 40 Graus Models, que fez um pronunciamento nas redes sociais. A empresa lamentou o acidente e disse que está solidária a família da vítima (veja abaixo):
Krupp também é agenciado pela FBX Assessoria, que publicou um comunicado no seu perfil no Instagram:
Krupp foi preso preventivamente na manhã de quarta-feira (3) em um hospital particular no Méier, na Zona Norte do Rio. Ele não tinha Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para pilotar a moto e foi flagrado circulando em alta velocidade momentos antes de atropelar o adolescente.
Ele foi autuado por lesão corporal culposa provocada por atropelamento e falta de habilitação e proibição de dirigir veículo automotor. No entanto, com a morte da vítima, o caso passou a ser tratado como homicídio doloso no 16ª DP (Barra da Tijuca).
Em entrevista ao jornal “O Globo”, o advogado Willian Pena, que representa Krupp, admitiu que o modelo estava acima da velocidade permitida, mas afirmou que a vítima “subitamente” surgiu na via, atravessando fora da faixa de pedestres.
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“Ele disse que, segundos após dar uma arrancada com a moto, houve o choque. Mas o velocímetro ainda será avaliado pela perícia. Além disso, confirmou ter tirado a Carteira Nacional de Habilitação há cerca de 15 dias e que o veículo estava emplacado até o momento do acidente, quando a placa caiu. É importante frisar também que os pais dele estão dando todo apoio a família da vítima, com suporte emocional e financeiro”, destacou.
Passagem por estupro e estelionato
Bruno Krupp também já tinha passagens pela polícia e por estupro e estelionato. Em julho deste ano, uma mulher denunciou que foi até a casa dele e o modelo a forçou a ter relações sexuais. A mulher disse que tinha ingerido bebidas alcóolicas e que pediu que ele parasse, mas não foi atendida.
Já em abril do ano passado, Krupp também foi denunciado por estelionato por ter deixado uma conta de R$ 428 mil sem pagar em um hotel em São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Os dois casos ainda são apurados pela Polícia Civil.
O atropelamento
O atropelamento ocorreu por volta das 23h do último sábado (30) na Avenida Lúcio Costa, na altura do Posto 3. Câmeras de segurança mostraram Krupp circulando em alta velocidade momentos antes do atropelamento (veja abaixo).
Nas imagens é possível ver que, assim que Krupp passa na motocicleta, as pessoas que estavam no quiosque se assustaram com a alta velocidade. Ao fundo, João Gabriel e sua mãe estavam atravessando a rua. Em seguida, as pessoas que aparecem no vídeo se mostram assustadas.
O adolescente teve uma perna amputada na hora e foi levado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge. Ele passou por uma cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Já o modelo chegou a ser levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge com escoriações, de onde foi liberado no domingo (31).No entanto, voltou a ser internado em um hospital particular no Méier, na Zona Norte do Rio, onde foi preso na quarta-feira.
Prisão
De acordo com a Polícia Civil, Bruno Krupp não tem habilitação. Além disso, três dias antes ele tinha sido parado em uma blitz da Lei Seca, mas acabou liberado.
O pedido de prisão dele foi feito pelo delegado Aloysio Berardo Falcão de Paula Lopes, responsável pelas investigações. Segundo ele, o modelo demonstra outras passagens policiais por estupro e estelionato, “razão pela qual se faz necessária sua segregação cautelar, por meio de expedição de mando de prisão preventiva, visando garantir a ordem”.
O caso foi analisado pela juíza Maria Isabel Pena Pieranti, do plantão judicial do Tribunal de Justiça do Rio, que aceitou o pedido e expediu a prisão preventiva.
A magistrada destacou na decisão que o modelo “não é um novato nas sendas do crime” e que sua liberdade “comprometeria a ordem pública, sendo a sua constrição imprescindível para evitar o cometimento de crimes de idêntica natureza, podendo-se dizer que a medida visa também resguardar a sociedade de condutas que ele possa vir a praticar”.