O modelo e influenciador digital Bruno Krupp, de 25 anos, que foi preso após atropelar e matar um adolescente na orla da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, gravou um vídeo no qual se defendeu e destacou que o ocorrido se trata de um acidente: “Eu não bebi, não usei droga”, disse. As imagens foram feitas no hospital particular Marcos de Moraes, no Méier, onde ele segue internado, e divulgadas pelo site “Em Off” (veja abaixo).
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O vídeo foi gravado na quarta-feira (3), depois que o modelo foi preso preventivamente. Na gravação, ele ressaltou que não queria ter causado a morte da vítima, o adolescente João Gabriel Cardim Guimarães, de 16 anos. “Gente, pelo amor de Deus, eu sou a última pessoa que queria que isso tivesse acontecido”, disse Krupp.
Ele ressaltou que não estava bêbado: “Eu não bebi, eu não usei droga. Foi um acidente, gente!”, disse ele, que também acusou os funcionários do Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, para onde ele foi levado inicialmente, de o chamarem de “assassino” e de demorarem a prestar o atendimento médico. Ele teve alta da unidade no dia 31 e, em seguida, foi internado no hospital particular onde permanece.
“Eu fui levado de ambulância, não fugi do hospital, não fugi dos médicos. Eu estava morrendo no hospital, os empregados me tratando mal, batendo com a maca no corredor, me chamando de assassino, como se eu tivesse feito alguma coisa errada”, declarou ele.
Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro informou não há queixa do modelo sobre as “supostas condutas inadequadas” no hospital.
“A direção do Hospital Municipal Lourenço Jorge informa que o paciente Bruno Krupp foi atendido na noite de sábado após acidente de trânsito, passou por todos os cuidados e exames indicados, inclusive tomografia computadorizada, e teve alta no domingo. Em diversos momentos durante o atendimento ele expressou desejo de deixar a unidade e ir a um hospital da rede particular”, destacou a pasta.
“Não há registro de queixa do paciente sobre supostas condutas inadequadas por parte da equipe assistencial. Caso ele queira formalizar a reclamação, a direção do hospital abrirá um procedimento para apurar os fatos devidamente”, concluiu o texto.
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O atropelamento
O atropelamento ocorreu por volta das 23h do último sábado (30) na Avenida Lúcio Costa, na altura do Posto 3. Câmeras de segurança mostraram Krupp circulando em alta velocidade momentos antes do atropelamento (veja abaixo).
Nas imagens é possível ver que, assim que Krupp passa na motocicleta, populares que estavam no quiosque se assustaram com a alta velocidade. Ao fundo, João Gabriel e sua mãe estavam atravessando a rua. Em seguida, as pessoas que aparecem no vídeo se mostram assustadas.
O adolescente teve uma perna amputada na hora e foi levado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge. Ele passou por uma cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Investigação
De acordo com a Polícia Civil, Krupp circulava a mais de 150 km/h na via cujo limite máximo é de 60 km/h. Além disso, o modelo não tem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e chegou a ser parado em uma blitz da Lei Seca três dias antes, mas acabou liberado.
Inicialmente, após o acidente, Krupp foi autuado por lesão corporal culposa provocada por atropelamento e falta de habilitação e proibição de dirigir veículo automotor. No entanto, com a morte da vítima, o caso passou a ser tratado como homicídio doloso no 16ª DP (Barra da Tijuca).
O pedido de prisão dele foi feito pelo delegado Aloysio Berardo Falcão de Paula Lopes, responsável pelas investigações. Segundo ele, o modelo demonstra outras passagens policiais por estupro e estelionato, “razão pela qual se faz necessária sua segregação cautelar, por meio de expedição de mando de prisão preventiva, visando garantir a ordem”.
O caso foi analisado pela juíza Maria Isabel Pena Pieranti, do plantão judicial do Tribunal de Justiça do Rio, que aceitou o pedido e expediu a prisão preventiva.
A magistrada destacou na decisão que o modelo “não é um novato nas sendas do crime” e que sua liberdade “comprometeria a ordem pública, sendo a sua constrição imprescindível para evitar o cometimento de crimes de idêntica natureza, podendo-se dizer que a medida visa também resguardar a sociedade de condutas que ele possa vir a praticar”.
O que diz a defesa do modelo?
O advogado William Pena, responsável pela defesa de Krupp, disse em entrevista ao site G1 que, antes do atropelamento, a moto de seu cliente teve uma pane nos freios.
“O que ele me disse hoje, logo antes de entrar pra cirurgia, foi que a moto deu uma pane no freio e ele perdeu o controle, porque ele se assustou com o rapaz voltando”, comentou o advogado.
Ainda segundo o advogado, não houve dolo na ação de Bruno, ou seja, ele não teve a intenção de praticar o ato. Contudo, William Pena admitiu que motorista estava rápido demais.
“Eu até acredito que sim (estava rápido demais). Mas uma moto de quase mil cilindradas, a juventude de hoje quer dar uma arrancada e ele vai pagar o preço pelo erro que cometeu de imperícia”, disse o defensor.
Ele ressaltou, ainda, que não houve intenção por parte do modelo de provocar o acidente e a morte do adolescente. “Não houve dolo. Ninguém sai de casa para matar ninguém atropelado. ‘Ah, eu vou ali atropelar alguém na esquina’. Tá havendo um certo exagero com tudo que estão publicando. Não há perícia, foi desfeito o local do acidente”, disse.
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