Foco

Vídeo mostra momento em que Leandro Lo foi baleado em casa de shows e o resgate do lutador

Campeão de jiu-jítsu foi atingido na cabeça por tiro disparado por PM, que está preso

Imagens de câmeras de segurança do Clube Sírio, em Indianópolis, na Zona Sul de São Paulo, mostram o momento em que o campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo Pereira do Nascimento, de 33 anos, foi baleado na cabeça durante um show do grupo Pixote. Na sequência, outro vídeo registrou quando o atleta foi socorrido. Veja abaixo - ATENÇÃO, IMAGENS FORTES:

Leandro Lo foi atingido por um tiro disparado pelo policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, de 30 anos, que fugiu após cometer o crime, mas acabou se entregando à Corregedoria da PM. Ele foi autuado pelo crime de homicídio doloso qualificado por motivo fútil. O agente passou por uma audiência de custódia na segunda-feira (8) e a prisão dele foi mantida pela Justiça.

Publicidad

Nas imagens feitas dentro da casa de shows é possível ver quando as pessoas dançam na pista e, de repente, o local começa a esvaziar. Em seguida começa uma correria dos presentes em direção a saída do estabelecimento. Por fim, o lutador já estava imobilizado em uma maca e sendo levado ao Hospital Municipal Arthur Saboya, no Jabaquara, também na Zona Sul, mas ele teve quadro de morte cerebral.

Em nota, o Clube Sírio lamentou o caso e destacou que cabe ao contratante do espaço fazer a devida segurança do espaço.

“A informação sobre a revista realizada e a autorização para entrada dos convidados no evento é do realizador do mesmo. Vale reforçar que o show realizado na noite de 6 de agosto foi realizado nas dependências do clube, porém por um terceiro. Conforme divulgado em nota anterior, estamos colaborando com as autoridades para que tudo seja esclarecido o quanto antes”, declarou o clube.

Entenda o caso

O lutador foi baleado na cabeça na noite de sábado (6), dentro do Clube Sírio.  Ele foi socorrido, no entanto, no domingo (7), teve a morte cerebral confirmada.

Testemunhas contaram que o lutador e o policial se envolveram em uma discussão. Lo mobilizou Veloso que, após se afastar, sacou uma arma e atirou uma vez contra a cabeça do lutador. Depois disso, o policial se aproximou, deu alguns chutes contra o rival, e fugiu.

Em entrevista ao “Fantástico”, um amigo do lutador, que preferiu não se identificar, contou como foi o momento da confusão em que a vida do atleta acabou interrompida:

“[O PM] chegou já no intuito de causar confusão, tanto é que nós estávamos em 5 pessoas numa mesa, ele pegou a nossa garrafa, levantou. O Leandro chegou, pediu pra ele colocar a garrafa no local que não era dele. Ele deixou garrafa e continuou peitando. O Leandro foi lá, imobilizou ele, derrubou ele, caiu montado, falou que acabou, para parar a confusão. Chegou o pessoal: ‘deixa disso, deixa disso’. Tinha muita gente, acabou que separou. Quando todo mundo achou que tinha acabado a confusão, ele deu 4 passos para trás e voltou, tirou uma arma da cintura e atirou à queima-roupa na cabeça”, disse.

Mãe do lutador, Fátima Lo falou sobre o caso em entrevista à TV Globo na frente do Cemitério do Morumbi, onde o corpo do atleta foi sepultado na segunda-feira. Ela disse que o policial já conhecia o seu filho e o provocou.

Publicidad

“Ele [Lo] era lutador na vida, nos tatames ele só trouxe alegria para a gente. Muito preocupado com a família. Ele era a alegria em pessoa e uma pessoa que fez isso com ele... E a pessoa conhecia ele, porque era do jiu-jitsu também, e acabou acontecendo. A pessoa já foi para isso, com certeza já foi pra isso, só que a gente não sabe o porquê. Porque não tem explicação, a forma estúpida que aconteceu. Porque ele provocou uma confusão gente, justamente para o Leandro reagir e nessa ele tirou a vida do meu filho”, lamentou a mãe.

PM já foi condenado por desacato e agressão

O tenente da PM Henrique Otávio Oliveira Veloso já havia sido condenado pela Justiça Militar de São Paulo por desacatar e agredir outros policiais militares na boate The Week, na Capital, no ano de 2017.

Publicidad

As agressões aconteceram na madrugada de 27 de outubro. Na ocasião, Henrique foi acusado de dar um soco no braço de um agente da PM e de tentar bater e dar chutes em outros policiais militares. Ele estava de folga e vestia trajes civis.

Os PMs tinham sido chamados para atender uma ocorrência de confusão dentro da The Week. De acordo com o Ministério Público Militar, o tenente estava com um primo - o soldado da PM Iury Oliveira do Nascimento - e ambos se desentenderam com outros frequentadores do local.

Em 13 de maio de 2021, o tenente foi condenado a nove meses de prisão em regime aberto. O fato foi divulgado na última segunda-feira (8) pelo “UOL”.

Publicidad

LEIA TAMBÉM:

Siga-nos no:Google News

Conteúdo patrocinado

Últimas Notícias