Genevieve Boghici, de 83 anos, vítima de um golpe milionário no Rio de Janeiro, conversou com o “Fantástico”, da TV Globo. Uma das suspeitas do crime, envolvendo o roubo de obras de artes valiosas, é a própria filha da idosa, Sabine Boghici, presa na semana passada.
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A vítima não quis gravar entrevista, mas aceitou ler um texto que ela mesma escreveu. Ela diz que não procurou mais cedo a Justiça porque estava muito abalada e com medo.
“Não é fácil falar sobre a minha filha, ainda mais numa situação dessa, filha que foi criada com muito amor, com carinho e todo o conforto e que, de repente, vira o seu maior inimigo e pesadelo lhe fazendo temer pela sua própria vida. Mas, graças a Deus, e aos meus amigos, a Justiça foi feita. Me sinto agora protegida e livre de uma situação que poderia ser macabra”, disse Genevieve.
Entenda o caso
Tudo começou em 2020, quando uma mulher fingindo ser uma vidente abordou Genevieve em Copacabana, no Rio de Janeiro, dizendo que a filha, Sabine, tinha uma doença e que iria morrer. Diana Stanesco afirmou, porém, que poderia ajudar a idosa e pediu que ela a acompanhasse até seu apartamento, em Ipanema.
No local morava Rosa Stanesco, que se apresentou como a vidente “Mãe Valéria de Oxóssi”. Genevieve ficou impressionada porque a tal vidente sabia tudo da vida dela. Mais tarde, descobriu-se que ela e Sabine tinham um relacionamento amoroso.
Durante duas semanas, Genevieve fez vários depósitos, e a quadrilha continuou pedindo mais dinheiro. A idosa, porém, começou a desconfiar de que tinha sofrido um golpe quando a filha começou a isolá-la de amigos e conhecidos, além de dispensar funcionários que trabalhavam na casa. Geneviève decidiu suspender os pagamentos, mas passou a ser agredida e ameaçada.
Depois de um ano e meio em cárcere privado, a idosa conseguiu fugir, pedir ajuda e denunciar o crime.
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O total do prejuízo estimado pela polícia é de R$ 720 milhões. As obras de arte roubadas faziam parte do acervo de Jean Boghici, marido de Geneviève, um dos mais importantes colecionadores de arte do Brasil. Ele morreu em 2015.
A operação da polícia na semana passada prendeu quatro pessoas — incluindo Sabine — e recuperou parte dos bens da viúva.
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