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Policial militar foi a boate e a motel após atirar e matar o lutador de jiu-jítsu Leandro Lo

Agente segue detido em presídio militar por homicídio doloso por motivo fútil

Policial está preso pelo crime
PM Henrique Velozo foi a boate e a motel depois de matar o lutador Leandro Lo (Reprodução/Redes sociais)

O policial militar Henrique Otávio de Oliveira Velozo, que foi preso por matar o campeão de jiu-jítsu Leandro Lo, em uma casa de shows, em São Paulo, continuou a noitada após o crime. De acordo com imagens de câmeras de segurança exibidas pela TV Globo, o agente foi visto em outra boate, em Moema, e horas mais tarde entrando em um motel, em Pinheiros.

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Câmeras de segurança mostraram a movimentação dele
PM que matou Leandro Lo foi a boate e motel depois do crime (Reprodução/TV Globo)

O lutador foi baleado na cabeça após uma discussão com o PM na madrugada do último dia 7, no Clube Sírio, na Zona Sul. As imagens mostraram que, depois de balear a vítima e fugir do local, Velozo seguiu para a outra boate, que fica a pouco mais de dois quilômetros de distância. Lá, ele apareceu consumindo bebidas alcóolicas e pagou uma conta de quase R$ 1,6 mil.

O PM permaneceu nessa boate por quase 2 horas, sendo que depois ele saiu acompanhado por uma mulher. A Polícia Civil diz que ela é uma garota de programa. Depois disso, Velozo seguiu para o motel em Pinheiros, na Zona Oeste.

O tenente da PM chegou a ser considerado foragido após matar o lutador, mas acabou se entregando à Corregedoria da PM no dia seguinte ao crime. Ele segue detido no presídio militar Romão Gomes por homicídio doloso por motivo fútil.

Velozo já havia sido condenado pela Justiça Militar de São Paulo por desacatar e agredir outros policiais militares na boate The Week, na Capital, no ano de 2017.

PM autor do disparo está preso
Lutador de jiu-jítsu Leandro Lo morreu após ser baleado na cabeça, em SP (Reprodução/Instagram)

Relembre o caso

O lutador foi baleado na cabeça na noite do último dia 6, dentro do Clube Sírio, em Indianópolis, na Zona Sul de São Paulo. Ele foi socorrido, no entanto, no dia 7, teve a morte cerebral confirmada.

Testemunhas contaram que o lutador e o policial se envolveram em uma discussão. Lo mobilizou Veloso que, após se afastar, sacou uma arma e atirou uma vez contra a cabeça do lutador. Depois disso, o policial se aproximou, deu alguns chutes contra o rival, e fugiu.

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Em entrevista ao “Fantástico”, um amigo do lutador, que preferiu não se identificar, contou como foi o momento da confusão em que a vida do atleta acabou interrompida.

“[O PM] chegou já no intuito de causar confusão, tanto é que nós estávamos em 5 pessoas numa mesa, ele pegou a nossa garrafa, levantou. O Leandro chegou, pediu pra ele colocar a garrafa no local que não era dele. Ele deixou garrafa e continuou peitando. O Leandro foi lá, imobilizou ele, derrubou ele, caiu montado, falou que acabou, para parar a confusão. Chegou o pessoal: ‘deixa disso, deixa disso’. Tinha muita gente, acabou que separou. Quando todo mundo achou que tinha acabado a confusão, ele deu 4 passos para trás e voltou, tirou uma arma da cintura e atirou à queima-roupa na cabeça”, disse.

Vídeo mostrou confusão e resgate

Imagens de câmeras de segurança do Clube Sírio mostram o momento em que Leandro Lo foi baleado. Na sequência, outro vídeo registrou quando o atleta foi socorrido. Veja abaixo - ATENÇÃO, IMAGENS FORTES:

Nas imagens feitas dentro da casa de shows é possível ver quando as pessoas dançam na pista e, de repente, o local começa a esvaziar. Em seguida começa uma correria dos presentes em direção a saída do estabelecimento.

Por fim, o lutador já estava imobilizado em uma maca e sendo levado ao Hospital Municipal Arthur Saboya.

Provocações

Fátima Lo, mãe do lutador, disse que o policial militar era do ramo das artes marciais e que provocou o campeão de jiu-jítsu.

“Ele é faixa roxo, então conhecia o Leandro. Ele é do jiu-jítsu, não tem como não conhecer o Leandro porque ele é mundialmente conhecido. Não sei se o Leandro conhecia ele. Acho que foi premeditado porque meu filho estava com outros rapazes e todos são lutadores. olhando pra eles dá pra ver as características de lutador. Ele ficou toda hora provocando, começou a peitar o Leandro. O Leandro imobilizou ele. Se você vai sozinho para um lugar e vai provocar uma mesa só de lutador, está com má intenção”, ressaltou a mãe.

Um dos depoimentos colhidos pela polícia foi de um amigo de Leandro Lo, que o acompanhava durante o show de pagode. Ele contou que o lutador estava em uma mesa com um grupo, quando o PM se aproximou e colocou vários copos vazios em suas mãos, o que foi visto como uma provocação. O campeão mundial de jiu-jítsu se mostrou incomodado e chegou a relatar o fato, mas permaneceu quieto.

Logo depois, Velozo voltou novamente à mesa, pegou uma garrafa de uísque e a ergueu, novamente provocando o lutador. Foi aí que Lo derrubou o PM e se posicionou sobre ele, o imobilizando. Segundo a Polícia Civil, quando foi solto, ele se afastou um pouco demonstrando que tinha se acalmado e fingindo que tinha desistido da briga, mas tirou a arma da cintura e atirou.

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