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Defesa alega piora do estado de saúde do modelo Bruno Krupp e pede a revogação da prisão

Ele está preso preventivamente por atropelar e matar um adolescente e ainda se recupera de lesões

A defesa do modelo e influenciador digital Bruno Krupp, de 25 anos, preso por atropelar e matar o estudante João Gabriel Cardim Guimarães, de 16, entrou na Justiça com um pedido de revogação da detenção alegando que ele apresenta piora no estado de saúde. O rapaz também sofreu ferimentos no acidente e, segundo o advogado Ary Bergher, já passou por várias cirurgias, só suporta a dor em razão de medicamentos e não consegue ficar de pé, dependendo de cadeira de rodas. Assim, a “prisão preventiva mostra-se demasiadamente desproporcional, sendo absolutamente desnecessária”.

De acordo com reportagem do jornal “O Globo”, o pedido de revogação da prisão foi encaminhado ao juiz Gustavo Gomes Kalil, em exercício no 4º Tribunal do Júri. No documento, Bergher destaca que o modelo sofreu politrauma no acidente, gerando a necessidade de enxertia em membro superior e na região abdominal e mãos, além de uma ferida aberta com presença de secreção em parede abdominal e um edema de articulação de joelho direto.

Com todas essas questões de saúde citadas, a defesa destaca que Krupp só suportando a dor em razão de “os médicos terem lhe ministrado, intravenosamente, medicamento analgésico de ação central, que atua sobre células nervosas específicas da medula espinhal e do cérebro”.

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Assim, o advogado pediu que a prisão preventiva seja substituída por cautelares diversas, como recolhimento domiciliar noturno e nos dias de folga, acautelamento das chaves da moto dirigida no momento do acidente, proibição de acesso a lugares não frequentados por motivo de trabalho e tornozeleira eletrônica.

A defesa do modelo também juntou ao inquérito do caso laudos da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Hamilton Agostinho Vieira de Castro, localizada dentro do Complexo de Gericinó, em Bangu, onde ele está internado atualmente, nos quais destacam que houve piora do quadro de saúde. Segundo os documentos, houve uma tentativa de punção do sangue do joelho, mas não resultou em melhora, o que demanda a realização de uma nova avaliação para eventual cirurgia.

Depois de receber a solicitação da defesa, o juiz determinou que o diretor da UPA repasse informações objetivas sobre o atual estado de saúde de Bruno Krupp e quais são os atendimentos médicos que são prestados a ele.

Irresponsabilidade de ambos

No documento em que pediu a revogação da prisão, o advogado destacou que o modelo pilotava a moto, por volta das 23h do dia 30, quando atingiu o adolescente, “que atravessava com o semáforo verde para os automóveis e fora da faixa de pedestres”. O defensor diz que, por causa do alto índice de roubos na região da orla da Barra da Tijuca, é comum que os motoristas e motociclistas “habitualmente ultrapassem a velocidade permitida para garantir a própria segurança”.

Ele destacou trechos do inquérito policial que apontam que “houve irresponsabilidade de Bruno [assim como da vítima, que, infelizmente, atravessou a rua com o sinal aberto para carros e fora da faixa de pedestres]. Ou seja, poder-se-ia afirmar que ele teria faltado com o dever de cuidado, teria sido negligente/imprudente na condução da motocicleta, mas jamais, em momento algum, teria sido capaz de aceitar o resultado causado. E nada há nos autos que contrarie esta afirmação”, escreveu Ary Bergher.

“É incontestável a gravidade do fato de ter sido ceifada uma vida de maneira prematura e tão trágica, fardo este com que todos os envolvidos, inclusive Bruno, terão que conviver para sempre. Entretanto, por mais lastimosa que seja a situação, não se pode violar aquilo que preveem as leis aplicáveis ao caso”, destacou o advogado.

Relembre o caso

O atropelamento do adolescente ocorreu por volta das 23h do último dia 30 na Avenida Lúcio Costa, na altura do Posto 3. Câmeras de segurança mostraram Krupp circulando em alta velocidade momentos antes do atropelamento (veja abaixo):

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Nas imagens é possível ver que, assim que Krupp passa na motocicleta, populares que estavam no quiosque se assustaram com a alta velocidade. Ao fundo, João Gabriel e sua mãe estavam atravessando a rua. Em seguida, as pessoas que aparecem no vídeo se mostram assustadas.

O adolescente teve uma perna amputada na hora e foi levado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge. Ele passou por uma cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

A apuração sobre o atropelamento continua em andamento. Por enquanto, o modelo responde por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar.

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Krupp foi parado em uma blitz da Lei Seca três dias antes do acidente. Nas redes sociais, ele ironizou a fiscalização, da qual, mesmo sem habilitação e se recusando a fazer o teste do bafômetro, acabou liberado.

Modelo se defendeu em vídeo

Bruno Krupp gravou um vídeo no qual se defendeu e destacou que o ocorrido se trata de um acidente: “Eu não bebi, não usei droga”, disse. As imagens foram feitas no hospital e divulgadas pelo site “Em Off” (veja abaixo).

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Na gravação, ele ressaltou que não queria ter causado a morte da vítima. “Gente, pelo amor de Deus, eu sou a última pessoa que queria que isso tivesse acontecido”, disse Krupp, que ressaltou: “Eu não bebi, eu não usei droga. Foi um acidente, gente!”.

Além da investigação sobre o acidente, Bruno Krupp também foi denunciado por quatro mulheres por estupro. Segundo reportagem do jornal “O Globo”, duas das mulheres procuraram a delegacia para protocolar denúncias de abuso sexual contra o modelo no último dia 10. Antes disso, outros dois casos já eram investigados pela Polícia Civil.

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Ele também responde a um processo pelo crime de estelionato, cujas investigações também seguem em andamento.

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