O programa “Encontro”, da TV Globo, falou na manhã desta sexta-feira (26) sobre uma nova modalidade de fraude que tem sido aplicada por criminosos. Se trata do “golpe da mão fantasma”, que, segundo a Polícia Federal, permite que os bandidos esvaziem contas bancárias das vítimas em tempo real. Para isso, eles enganam os alvos, fazendo com que o usuário baixem um programa malicioso e, com isso, conseguem acessar os apps e fazer as movimentações. Mais de 40 mil pessoas já foram vítimas dessa ação criminosa no país.
O chefe de comunicação da Polícia Federal em Pernambuco, Giovani Santoro, conversou com Patrícia Poeta e explicou como o golpe é aplicado. Segundo ele, os criminosos entram em contato por meio de uma ligação telefônica e se fazem passar por funcionários de bancos. Assim, oferecem uma atualização de segurança, na qual as vítimas precisam clicar em um link. Dessa forma, a pessoa acaba baixando um programa malicioso e permitindo que os bandidos tenham acesso ao aparelho celular.
“Esses criminosos se aproveitam da engenharia social. O nome do golpe pode até ser difícil, mas que tem uma definição simples. São as técnicas que eles utilizam para enganar e conseguir das pessoas tudo aquilo que eles querem, desde informações financeiras, até dados pessoais para depois aplicar golpes e tirar dinheiro das contas correntes”, explicou Santoro.
“No ‘golpe da mão fantasma’ eles ligam para a pessoa se passando por uma falsa central telefônica de banco e aí dizem que a conta da pessoa, principalmente no aplicativo de celular, está vulnerável porque sofreu uma invasão. Para que o app possa voltar a se tornar seguro e não gere prejuízos ao dono da conta bancária, é necessário instalar uma aplicação de segurança, através de um link que eles enviam pelo próprio WhatsApp. Mas aí quando a pessoa clica nesse link, ela vai instalar um programa de acesso remoto, que permite o acesso a todos os programas instalados no celular”, destacou.
Santoro disse que, exatamente por essa ação às escondidas, o nome do golpe foi definido como “mão fantasma”. “Quando a pessoa se dá conta, um tempo depois, ela vê que os bandidos estão usando o seu próprio celular, sem ser ela. É uma mão invisível que está fazendo isso”, disse.
“Eles podem entrar no app do banco e aí transferir todo o seu dinheiro para a conta deles. É um golpe cruel, pois você fica vendo online o bandido entrar no seu aplicativo do banco, no seu celular, e fazer essa transferência bancária. Dinheiro que muitas pessoas levaram anos para conquistar, em questão de segundos os bandidos conseguem levar”, alertou.
O chefe de comunicação da PF destacou, ainda, que infelizmente os criminosos conseguem os dados das vítimas nas quais vão aplicar o golpe por meio de invasão a sistemas de lojas, aos próprios bancos, entre outros sistemas de dados.
Santoro alertou, por fim, quais os cuidados que devem ser tomados para que as pessoas não caiam no golpe. “Banco jamais tem esse tipo de conduta de ligar para o cliente e enviar links para a instalação de aplicativos. Além disso, esses apps devem ser baixados apenas nas lojas oficiais dos sistemas operacionais Android ou iOS, nunca por meio de links enviados. Na dúvida, ligue para o seu gerente e pergunte se essa invasão realmente foi feita. E o próprio aplicativo do banco vai dizer se houve alguma movimentação ilícita”, ressaltou.
A PF também alerta que, para se proteger de golpes, os usuários devem sempre fazer a opção de autenticação em dois fatores para autorização de transações bancárias, que pode ser ativada nas configurações dos aplicativos. Isso dificulta movimentações suspeitas sem autorização do usuário.
Também é importante que o cliente desenvolva o hábito de mudar regularmente as senhas de acesso aos aplicativos, criando códigos com uma boa variação de caracteres.
LEIA TAMBÉM: