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Funcionários de loja denunciam patrões por tortura na Bahia; veja o que se sabe sobre o caso

Uma das vítimas teve as mãos queimadas e marcadas com o número 171.

O MPT-BA (Ministério Público do Trabalho na Bahia) abriu um inquérito para investigar um caso que chocou a população de Salvador, na Bahia. Dois funcionários de uma loja foram torturados por seus patrões por terem, supostamente, furtado R$ 30.

Uma das vítimas teve as mãos queimadas e marcadas com o número 171, em referência ao crime de estelionato no Código Penal. A outra levou pauladas, também nas mãos. Ambos negam ter roubado qualquer quantia do comércio, localizado no centro da capital.

O crime aconteceu no último dia 19, mas só foi denunciado na sexta-feira passada (26). Ontem (29), o advogado das vítimas esteve na delegacia que investiga o caso para cobrar agilidade no processo.

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O MPT informou que as vítimas e os empresários serão convocados para prestar depoimento. Os dois empregados e um dos agressores, identificado como Alexandre Carvalho Santos, já falaram na delegacia. Um segundo homem, que filmou toda a tortura, também deve ser ouvido.

As torturas

William de Jesus, de 21 anos, um dos jovens torturados, disse que o patrão chegou pedir que ele escolhesse a parte do corpo em que gostaria de ser marcado. “Ele perguntou: ‘você quer aonde? Na testa ou na mão?’ Com um pano vermelho na boca, amarrado, falei que queria na mão. Ele falou: ‘eu só não vou queimar a sua testa porque você já é feio, e queimado 171 na testa vai ficar mais feio ainda’”.

Segundo o jovem, no dia da agressão ele chegou para trabalhar e logo foi pego em uma “emboscada”. Os patrões queriam que ele confessasse o furto. “Eu falei ‘não vou confessar nada, porque eu não roubei nada’”.

Marcos Eduardo, que foi agredido com pauladas nas mãos, contou que está traumatizado e com medo. “Eu não durmo direito, me assusto de madrugada porque ele me ameaçou de morte.”

Segundo o delegado William Achan, Alexandre admitiu ter feito “justiça com as próprias mãos”.

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