A Polícia Civil concluiu a investigação sobre a agressão sofrida pela modelo Helena Gomes, de 37 anos, dentro de uma academia de luxo, em São Paulo. O empresário Thiago Antonio Brennand Tavares da Silva Fernandes Vieira, de 42 anos, que apareceu em imagens de câmeras de segurança empurrando e discutindo com a mulher, não foi indiciado. Ele foi investigado por lesão corporal, injúria e ameaça, mas o delegado concluiu que se trataram “de crimes de menor potencial ofensivo”.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), “o caso foi investigado pelo 15º Distrito Policial (Itaim Bibi) como lesão corporal, injúria e ameaça”. Além da vítima, de testemunhas e professores da academia, o empresário também foi ouvido.
“Quanto ao indiciamento, a autoridade policial analisou que, por se tratar de crimes de menor potencial ofensivo, não coube indiciamento com base na Lei 9099/95″, destacou a SSP.
A conclusão do inquérito policial foi enviada ao Ministério Público (MP) na quarta-feira (31). Agora, caberá ao órgão analisar e, se achar necessário, pedir novas diligências para a investigação, abrir um processo contra o empresário ou arquivar o caso.
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Medida protetiva
O advogado da modelo, Márcio Cezar Janjacomo, disse que aguardava que o delegado responsável encaminhasse o inquérito ao Ministério Público e à Justiça para fazer a requisição de medidas protetivas contra o agressor.
Ao concluir o inquérito, a polícia também encaminhou ao MP a solicitação de medidas protetivas para a vítima, com a proibição do investigado se aproximar dela e de parentes.
A defesa do empresário destacou ao site G1 que tal pedido era desnecessário, já que Brennand se apresentou e prestou os devidos esclarecimentos.
“Diante disso, a nova equipe de defesa de Brennand considera absolutamente desnecessário o pedido de medida protetiva protocolado no início do caso. O trabalho da defesa se dará dentro das balizas do bom direito, da civilidade e do respeito à intimidade, integridade e dignidade de todas as partes e testemunhas”, diz o texto assinado por Cavalcanti Sion Advogados.
Relembre o caso
A modelo foi agredida dentro da academia no último dia 3 de agosto. Em entrevista ao “Universa”, do UOL, ela contou que frequentava a academia há três meses e que o empresário começou a puxar papo, dizendo que alguém falava mal dela, e logo a chamou para sair.
“Eu fui gentil, expliquei que havia terminado um relacionamento recentemente e que não estaria preparada para entrar em outro. A partir daí, ele começou a ser irônico e a provocar, de forma ofensiva”, lembra.
Assim, na noite da agressão, enquanto Helena treinava, o empresário se aproximou dela. Imagens das câmeras mostraram o homem circulando pela sala de musculação e, minutos depois, uma discussão é iniciada.
“Ele estava alterado, rodeando muito. Falou para eu sair de lá. Eu falei ‘Eu não saio’, ele falou de novo ‘sai’, eu falei ‘não saio’, eu falei mais alto e ele falou que mulher não gritava com ele”, disse a modelo.
“Eu estava treinando agachamento numa área que não era passagem. Na hora, eu gritei de volta que não ia sair. Ele me xingou. Eu disse a ele que dinheiro nenhum do mundo ia fazer com que ele tocasse em mim.”
Nesse momento, o empresário bateu com as duas mãos contra o tórax da modelo. “Eu fui para cima também, ele falou: ‘Eu vou cuspir em você, porque você merece’. E cuspiu em mim”, disse Helena.
A modelo relatou, ainda, que um filho do empresário também estava no local e também passou a xingá-la, ameaçando quem se aproximasse dela para tentar ajudar.
Depois da confusão, Helena acionou a Polícia Militar, mas diz que Brennand e o filho deixaram a academia antes da chegada dos agentes. Ela procurou a Polícia Civil, registrou um boletim de ocorrência e o caso passou a ser investigado.
Durante as oitivas, a defesa do empresário repudiou a versão dada à polícia pela modelo e disse que foi a mulher quem iniciou a confusão ao estar fazendo exercícios em “local inapropriado”. O empresário disse que ela chegou a ser alertada por uma professora da academia, mas ainda assim continuou “a causar uma situação de desconforto”.
Com isso, a discussão foi iniciada e, conforme Brennand, a mulher o ofendeu e disse que “conhecia pessoas que podiam acabar com sua vida”. Depois disso, a modelo teria tentado cuspir nele e, por isso, “teve o impulso de cuspir de volta e empurrá-la para trás”.
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