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Cristina Kirchner: Saiba quem é o brasileiro que tentou matar a vice-presidente da Argentina

Fernando André Sabag Montiel, 35, chegou a apertar o gatilho, mas arma falhou; ele está preso

Ele está preso em Buenos Aires
Saiba quem é Fernando Montiel, o brasileiro que tentou matar Cristina Kirchner (Reprodução/Redes sociais)

O brasileiro Fernando André Sabag Montiel, de 35 anos, preso na noite de quinta-feira (1) em Buenos Aires após tentar assassinar a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, tem registro para trabalhar no país como motorista de aplicativo. Ele já tinha antecedentes criminais por ter sido abordado carregando uma faca de 35 centímetros, no ano passado. Nas redes sociais, ele se apresentava como “Salim” e dizia ser um crítico do atual governo argentino e da família Kirchner.

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O atentado aconteceu quando a vice-presidente acenava para apoiadores na porta de sua casa, no bairro da Recoleta, em Buenos Aires. Um vídeo gravado por apoiadores mostra quando Montiel se aproxima de Cristina com um revólver calibre 38, aponta a arma para sua cabeça e puxa o gatilho, mas a arma falha (veja abaixo).

O brasileiro, segundo testemunhas, fugiu correndo do local, mas foi perseguido por cinco pessoas, o que possibilitou que os agentes federais que fazem a segurança da vice-presidente o prendessem. A arma usada na tentativa de homicídio foi encontrada no chão. Ela estava carregada com cinco balas.

De acordo com informações do jornal “O Globo”, Montiel nasceu em São Paulo e vive na Argentina desde a década de 1990. Os pais dele são uma argentina e o chileno Fernando Ernesto Montiel Araya, que foi alvo de um inquérito da Polícia Federal para expulsão do Brasil em 2020.

Conforme o jornal “La Nación”, em 17 de março do ano passado, o brasileiro foi detido por porte de arma nas proximidades de onde mora, no bairro de La Paternal, na capital argentina. Na ocasião, ele foi abordado por estar em um carro sem placas e disse que o motivo era um acidente de trânsito que tinha danificado as mesmas. Quando foi descer do veículo para falar com os policiais, deixou cair uma faca de 35 centímetros, que alegou ser usada para defesa pessoal.

Montiel tinha perfis no Facebook e Instagram, mas ambos foram deletados após o atentado contra a vice-presidente. Antes disso, ele se apresentava como “Salim” e costumava fazer críticas ao governo argentino.

Ele também exibia suas tatuagens algumas associadas à simbologia nórdica. Uma, no cotovelo do braço direito, reproduzia um sol negro, em referência à iconografia usada pela SS, a polícia do Partido Nazista de Adolf Hitler.

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Ainda não se sabe qual foi a motivação para a tentativa de assassinato de Cristina Kirchner. Acusada de chefiar um esquema de associação ilícita e fraude do estado no período em que presidiu o país, ela enfrenta um pedido de 12 anos de prisão feito pelo Ministério Público do país.

Pantallazo Medio C5N
Brasileiro tentou atirar contra a cabeça da vice-presidente Cristina Kirchner

Feriado nacional

Na madrugada desta sexta-feira (2), o presidente da Argentina, Alberto Fernández, convocou um discurso na TV e decretou um feriado nacional. Ele repudiou o ataque contra a vice-presidente e convocou os argentinos a lutarem contra “qualquer forma de violência” no país.

“Este ataque merece o mais forte repúdio de todos os setores políticos, de todos os homens e mulheres que compõem a república. Esses fatos afetam nossa democracia”, afirmou Fernández, que destacou que esse foi “o fato mais grave que aconteceu desde a recuperação da democracia e um evento de extrema gravidade institucional e humana.”

“Somos obrigados a recuperar a convivência democrática que foi quebrada pelo discurso de ódio que se espalhou de diferentes espaços políticos, judiciais e midiáticos. Podemos ter divergências profundas, mas em uma sociedade democrática, discursos que promovem o ódio não podem acontecer, porque geram violência e não há possibilidade de que a violência coexista com a democracia”, disse o presidente.

“Que o choque, horror e repúdio que este evento gera em nós se torne um compromisso permanente para erradicar o ódio e a violência da vida em democracia”, continuou ele, que explicou que o feriado nacional é um ato de solidariedade à Cristina e para que “o povo possa se expressar em defesa da vida, da democracia e da solidariedade.”

Repercussão

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou solidariedade a vice-presidente da Argentina. “Toda a minha solidariedade à companheira @CFKArgentina, vítima de um fascista criminoso que não sabe respeitar divergências e a diversidade. A Cristina é uma mulher que merece o respeito de qualquer democrata no mundo. Graças a Deus ela escapou ilesa”, postou na rede social.

Além dele, políticos brasileiros como Marina Silva, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e Guilerme Boulos também fizeram postagens lamentando o caso.

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