Foco

Namorada de brasileiro que tentou matar Cristina Kirchner é detida na Argentina

Suspeita é de que o autor do ataque não agiu sozinho; Justiça decretou sigilo no caso

A jovem Brenda Uliarte, de 23 anos, namorada do brasileiro Fernando André Sabag Montiel, de 35, preso após tentar assassinar a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, também foi detida em Buenos Aires. De acordo com o jornal “La Nación”, a investigação levantou a suspeita de que o autor do ataque não agiu sozinho e, por isso, a Justiça determinou a detenção dela.

Conforme o jornal, a juíza do caso, María Eugenia Capuchetti, e o promotor Carlos Rívolo analisaram na tarde de domingo (4) as imagens de câmeras de segurança que ficam no bairro nobre da Recoleta, em Buenos Aires, onde a vice-presidente foi atacada. Na ocasião, a magistrada decretou o sigilo do inquérito.

Fontes judiciais confirmaram que Brenda passou a ter suas comunicações monitoradas após o ataque e acabou com sua detenção sendo determinada. Nas redes sociais, a jovem se apresentava como “Ambar”.

Publicidad

Como foi decretado o sigilo no caso, não há mais detalhes sobre que tipo de suspeita há a respeito da jovem. No entanto, segundo o portal Infobae, em princípio não há uma organização sofisticada por trás do atentado. Mesmo assim, os indícios apontam para algum tipo de ajuda recebida pelo brasileiro.

Montiel segue preso e é acusado de tentativa de homicídio qualificado. Segundo reportagem do jornal “O Globo”, a investigação enfrenta dificuldades em desbloquear o celular do brasileiro, que teria sido resetado.

Após várias tentativas sem sucesso, o aparelho foi enviado a agentes da Polícia de Segurança Aeroportuária (PSA), no Aeroporto Internacional de Ezeiza, que possuiu um sistema israelense que promete garantir esse acesso.

Relembre o caso

O atentado aconteceu quando a vice-presidente acenava para apoiadores na porta de sua casa, no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, na noite da última quinta-feira (1º). Um vídeo gravado por apoiadores mostra quando Montiel se aproxima de Cristina com um revólver calibre 38, aponta a arma para sua cabeça e puxa o gatilho, mas a arma falha (veja abaixo).

O brasileiro, segundo testemunhas, fugiu correndo do local, mas foi perseguido por cinco pessoas, o que possibilitou que os agentes federais que fazem a segurança da vice-presidente o prendessem. A arma usada na tentativa de homicídio foi encontrada no chão. Ela estava carregada com cinco balas.

Ainda não se sabe qual foi a motivação para a tentativa de assassinato de Cristina Kirchner. Acusada de chefiar um esquema de associação ilícita e fraude do estado no período em que presidiu o país, ela enfrenta um pedido de 12 anos de prisão feito pelo Ministério Público do país.

Quem é o brasileiro?

Publicidad

Fernando André Sabag Montiel tem registro para trabalhar na Argentina como motorista de aplicativo. Ele já tinha antecedentes criminais por ter sido abordado carregando uma faca de 35 centímetros, no ano passado.

De acordo com informações do jornal “O Globo”, Montiel nasceu em São Paulo e vive na Argentina desde a década de 1990. Os pais dele são uma argentina e o chileno Fernando Ernesto Montiel Araya, que foi alvo de um inquérito da Polícia Federal para expulsão do Brasil em 2020.

Conforme o jornal “La Nación”, em 17 de março do ano passado, o brasileiro foi detido por porte de arma nas proximidades de onde mora, no bairro de La Paternal, na capital argentina. Na ocasião, ele foi abordado por estar em um carro sem placas e disse que o motivo era um acidente de trânsito que tinha danificado as mesmas. Quando foi descer do veículo para falar com os policiais, deixou cair uma faca de 35 centímetros, que alegou ser usada para defesa pessoal.

Montiel tinha perfis no Facebook e Instagram, mas ambos foram deletados após o atentado contra a vice-presidente. Antes disso, ele se apresentava como “Salim” e costumava fazer críticas ao governo argentino.

Publicidad

Ele também exibia suas tatuagens algumas associadas à simbologia nórdica. Uma, no cotovelo do braço direito, reproduzia um sol negro, em referência à iconografia usada pela SS, a polícia do Partido Nazista de Adolf Hitler.

LEIA TAMBÉM:

Siga-nos no:Google News

Conteúdo patrocinado

Últimas Notícias