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PM mata ex-mulher após mantê-la refém e comete suicídio, em Curitiba; veja o que se sabe até agora

Vítima tinha registrado boletim de ocorrência contra o ex-companheiro dias antes de ser morta

Um soldado da Polícia Militar matou a ex-mulher a tiros em uma rua de Curitiba, no Paraná, após manter a vítima por mais de três horas refém. Apesar das tentativas de libertação, Dyegho Henrique Almeida da Silva baleou a enfermeira Franciele Correia e Silva, 28 anos, dentro de um carro, e se matou em seguida. Câmeras de segurança flagraram o crime (veja abaixo).

O caso aconteceu na tarde de terça-feira (13). As imagens mostraram quando o policial militar se aproximou do carro da vítima em uma moto. Ele impede a passagem do veículo e, em seguida, desceu e apontou uma arma na direção dela. A condutora chegou a dar ré e a atingir outro automóvel que estava atrás, mas não conseguiu fugir. Segundo a polícia, a motorista estava acompanhada de uma adolescente, de 11 anos, filha dela, que escapou ilesa.

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O vídeo mostrou que Silva chegou a entrar e a sair do carro algumas vezes enquanto a polícia tentava negociar a rendição dele, mas não houve acordo. No fim, ele atirou oito vezes em direção à vítima e se matou em seguida.

Em um perfil nas redes sociais, Silva postou vídeos antes do crime. “Só para todo mundo saber que homem também sofre relacionamento abusivo. Que homem é abusado, esculachado. Homem passa muita coisa na mão de uma mulher. Isso afeta psicológico, afeta tudo. No primeiro sinal de abuso, fuja rapaziada”, disse ele nas publicações.

Conhecidos disseram que o casal ficou junto por um ano e estava separado há um mês, mas que Silva não aceitava o rompimento. Desde então, ele procurava a enfermeira na tentativa de reatar a relação, sem sucesso.

Franciele, inclusive, chegou a registrar um boletim de ocorrência contra o ex-namorado após sofrer ameaças no último dia 11. Segundo o documento, ela relatou que os dois mantiveram um relacionamento conturbado e, depois que eles se separaram, o homem estava “transtornado” e rondando a residência dela.

A vítima relatou, ainda, que “como a casa estava alugada em nome dos dois”, o suspeito comunicou a saída do imóvel para a imobiliária, para tentar chantagear a vítima, obrigando-a a sair. Como ela não o fez, ele a ameaçou.

Assim, a enfermeira aguardava uma medida protetiva, quando foi atacada e morta.

Aborto e depressão

Franciele também disse à polícia que, no ano passado, engravidou do solado. No entanto, ele quis que ela fizesse um aborto, mas ela manteve a gestação. Depois disso, Silva teria até chegado a ajudá-la a montar o quarto do bebê, mas a fez tomar um remédio abortivo, sem que soubesse, durante uma relação sexual.

Depois disso, o bebê nasceu prematuro, mas não resistiu e morreu dias depois.

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A mulher relatou ainda que, após uma depressão, o militar chegou a ser afastado dos trabalhos. A Polícia Militar confirmou que ele ficou sem trabalhar por três meses e que, em abril deste ano, retornou ao serviço, em atividades administrativas. Ele recebeu a arma de volta, após uma reavaliação, em que demonstrou “condições de portar” o armamento.

“Ele não apresentou nenhum comportamento alterado nos últimos serviços. Então, a gente tem uma visão de um policial que trabalha fazendo suas tarefas sem qualquer tipo de alteração comportamental. Inclusive, observando a ficha dele, ele tem elogios. É um policial que tem uma conduta, o comportamento dele é ótimo. É um fato lamentável”, disse o chefe do Copom, Major Cordeiro.

A PM informou que se solidariza com os familiares das vítimas e lamentou o ocorrido. “Todos os procedimentos de segurança foram adotados pelas equipes policiais desde a primeira intervenção e as tratativas foram feitas de forma incessante”, disse a corporação, que destacou que o caso será alvo de apurações.

A Delegacia da Mulher, para onde foi encaminhada a arma usada pelo policial no crime, também instaurou uma investigação.

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