Um desfile cívico realizado em Piraí do Sul, no Paraná, virou alvo de uma investigação do Ministério Público. O motivo foi a caracterização de crianças negras como escravas. Elas usavam correntes de papel nos pulsos e tornozelos, além de bolas de papel alumínio atrás de um barco com os dizeres “família real”.
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Conforme o MP, o desfile foi realizado no último domingo (18) pela prefeitura da cidade como parte das comemorações do bicentenário da Independência do Brasil. O evento ocorreu na Avenida Bernardo Barbosa Milléo e contou com a participação de estudantes de escolas municipais e estaduais, autoridades, autoridades religiosas e associações.
Vídeos com as crianças “escravizadas” chegaram a ser publicados no perfil da própria administração municipal no Instagram, mas depois da repercussão negativa foram removidos.
O caso chegou ao conhecimento da Promotoria de Justiça de Piraí do Sul, que instaurou uma investigação, que corre sob sigilo. Segundo o órgão, a prefeitura deverá prestar esclarecimentos sobre o episódio.
A prefeitura disse, em nota, que o desfile tinha como intuito “resgatar valores como o civismo e desenvolver o sentimento de pertença em toda a população piraiense”. O órgão também disse que fez durante o desfile uma apresentação de contexto do período pré-colonial, abordando, assim, “momentos históricos de grande relevância”, como a descoberta do país, a escravidão e a abolição da escravatura.
“O município entende que em momento algum o ato ficou caracterizado como ofensa aos negros nem se destinou a qualquer desrespeito à dignidade da pessoa humana”, afirmou a administração municipal.
A prefeitura ressaltou que, considerando o contexto do momento do desfile e das ações cotidianas da escola, repudia qualquer menção ao racismo ou outra forma de preconceito.
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