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José Dumont: Defesa nega abuso sexual e alega que ator ‘se considera’ padrinho do garoto de 12 anos

Justiça negou pedido de habeas corpus depois que ele foi preso por armazenar pornografia infantil

A defesa do ator José Dumont, de 72 anos, que foi preso em flagrante por armazenamento de pornografia infantil, no Rio de Janeiro, alega que ele não abusou sexualmente de um garoto de 12 anos, caso pelo qual ele é investigado, e diz que o ator “se considera” um padrinho do menino. A justificativa consta em um pedido de habeas corpus que foi solicitado, mas negado pela Justiça no último fim de semana.

Segundo argumentado pela defesa, Dumont conhecia toda a família do menino e que, como eles têm uma vida simples e difícil, ele se compadeceu e passou a ajudar o garoto financeiramente, além de dar roupas e presentes. Por isso, fez um depósito de R$ 1 mil para o garoto.

“O agravado possui muito carinho pela criança e se considera padrinho da mesma, razão pela qual passou a ajudar a família com presentes, roupas e dinheiro. Ele chegou a frequentar a casa da criança e conheceu a sua família, o que mostra que jamais houve problemas de reação entre todos”, destacou a defesa do ator.

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Porém, para a investigação, esse pagamento ocorreu depois que o abuso sexual foi consumado. O caso passou a ser investigado depois que câmeras de segurança do condomínio onde o ator mora mostraram ele beijando e fazendo carícias no menor de 12 anos.

A defesa alegou no pedido de liberdade que o ator pagaria uma fiança no valor de R$ 40 mil e, além disso, ressaltou que ele não reagiu à prisão e que colabora com as investigações. Outros pontos citados são de que ele é réu primário, mesmo já tendo sido investigado por abuso sexual na Paraíba.

O habeas corpus foi analisado pela Justiça e negado no Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça no último sábado (17). Assim, a defesa recorreu. Agora a medida aguarda um parecer dos juízes da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em caráter de urgência.

José Dumont segue preso na Casa do Albergado Crispim Ventino, em Benfica, na Zona Norte do Rio.

Relembre o caso

A prisão do ator ocorreu no último dia 15, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão. Na ocasião, os policiais investigavam supostos abusos sexuais cometidos contra o garoto de 12 anos e, ao fazer vistoria na casa do artista, no Bairro do Catete, na Zona Sul do Rio, encontraram imagens de sexo envolvendo crianças no celular e no computador dele.

De acordo com reportagem do jornal “O Globo”, ao ser ouvido pela polícia, Dumont negou que integrasse um grupo de pornografia infantil, mas confirmou que essas imagens apreendidas eram dele e seriam usadas como estudo para um futuro trabalho.

No entanto, um relatório feito Núcleo de Combate ao Uso e à Exploração Sexual Infantil, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), indica que pelo menos um dos 240 arquivos de imagens e vídeos de pornografia infantil pode ter sido produzido com uma câmera do aparelho celular de Dumont.

A Polícia Civil diz que tanto o computador quanto o celular de Dumont ainda vão ser submetidos a uma perícia. A análise mais aprofundada visa identificar se há mais conteúdos de sexo envolvendo menores de idade.

Reabertura de inquérito

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Após a prisão do ator, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) informou, na segunda-feira (19), que reabriu uma investigação contra Dumont sobre estupro de vulnerável. O crime em questão envolveria menores com idades entre 8 e 14 anos e teria ocorrido em 2009, em um apartamento em que ele se hospedava, no município de Cabedelo.

A denúncia sobre esse caso também partiu de vizinhos e, segundo o MPPB, a Promotoria de Justiça tomou as medidas necessárias, mas na investigação não encontrou elementos suficientes para denunciar Dumont à Justiça na época. Agora, o caso será retomado com a oitiva das vítimas e de testemunhas.

O ator também deve ser ouvido por meio de videoconferência nos próximos 30 dias.

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Carreira

O paraibano José Dumont tem mais de 40 anos de carreira como ator e só na TV Globo participou de mais de 15 novelas e séries. Entre elas está a novela “Nos Tempos do Imperador”, a série “Carga Pesada”, e o especial “Morte e Vida Severina”, que ganhou o Emmy Internacional.

Ele estava escalado para integrar o elenco da novela “Todas as Flores”, no Globoplay, mas foi retirado do projeto da plataforma de streaming após envolvimento no crime.

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“O ator José Dumont estava contratado como obra certa especificamente para a novela “Todas as Flores”, a ser exibida no Globoplay. Diante dos fatos noticiados, a Globo tomou a decisão de retirá-lo da novela. A suspeição de pedofilia é grave. Nenhum comportamento abusivo e criminoso é tolerado pela empresa, ainda que ocorra na vida pessoal dos contratados e de terceiros que com ela tenham qualquer relação”, destacou a TV Globo, em nota.

O artista também trabalhou na extinta TV Manchete e, na Record TV, participou de séries como “Milagres de Jesus” e de novelas como “Caminhos do Coração” e “Mutantes”.

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