A Justiça de São Paulo prorrogou a prisão temporária dos quatro jovens presos suspeitos pela morte do líder ambiental Adolfo Souza Duarte, conhecido como Ferrugem, encontrado sem vida após um passeio de barco pela Represa Billings, na Zona Sul de São Paulo. Eles foram detidos depois que um laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a vítima sofreu asfixia mecânica e tinha uma marca no pescoço, o que comprova que foi morta antes de cair na água. Mesmo assim, os detidos continuam negando a autoria do crime.
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Os jovens Vithorio Alax Silva Santos, Mauricius da Silva, Katielle Souza Santos e Mikaelly da Silva Souza tiveram a prisão temporária decretada no dia 24 de agosto. As investigações continuam e, na última quarta-feira (21), a Justiça prorrogou a detenção por mais 30 dias.
No último dia 6 de setembro, a Polícia Civil e a Polícia Técnico-Científica realizaram uma reconstituição da morte de Ferrugem. Os jovens suspeitos participaram da reprodução simulada, quando cada um deu sua versão dos fatos. Tudo foi fotografado por peritos do Instituto de Criminalística (IC).
De acordo com o boletim de ocorrência, Adolfo saiu por volta das 19h30 do último dia 1º de agosto da região conhecida como Cantinho do Céu. Ele costumava fazer passeios pela Represa Billings e foi contratado pelos dois casais.
Em depoimento à polícia, um dos passageiros contou que logo após o início do passeio o barco deu um tranco e uma das jovens caiu na água. Ferrugem, então, mergulhou para resgatá-la. A garota foi salva pelos demais ocupantes da embarcação, mas o líder ambiental não foi mais encontrado.
Assim, os passageiros conduziram o barco de volta ao ponto de partida. Eles disseram que, ao chegar, foram agredidos por populares ao contar sobre o desaparecimento de Ferrugem.
Lesões no pescoço
Apesar das alegações dos suspeitos, a polícia diz que as lesões encontradas no corpo da vítima indicam que houve luta corporal e que Ferrugem foi morto antes de ser jogado na água da represa.
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“A vítima apresentava uma lesão no pescoço que pode ser decorrente de um golpe denominado mata-leão. Existem outras lesões que não ensejariam a morte, mas que indicam a possibilidade de alguma espécie de agressão antes de essa vítima cair na água. O fato é que, quando a vítima cai na água, segundo o laudo, ela já está morta”, afirmou a delegada-assistente Jakelline Barros.
O caso é tratado como homicídio qualificado, mas, por enquanto, nenhum dos suspeitos foi indiciado. As investigações continuam em sigilo.
Adolfo era formado em história e coordenava uma ONG de defesa do meio ambiente, a Meninos da Billings. A esposa dele, Uiara Duarte, acompanhou o trabalho dos bombeiros até que o corpo foi localizado, dias depois do desaparecimento.
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