O ator José Dumont, de 72 anos, que foi preso e virou réu por armazenamento de pornografia infantil, é defendido pelo escritório do advogado Arthur Lavigne, conhecido por sua atuação no processo sobre a morte da atriz Daniella Perez. A defesa já pediu a liberdade do artista, mas ela foi negada e a solicitação aguarda um novo recurso feito à Justiça.
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Segundo o site “Notícias da TV”, Lavigne não atua diretamente no caso, mas é responsável pelo corpo de advogados que fazem a defesa do ator. Ainda segundo o site, Dumont já era cliente do escritório, para outros assuntos jurídicos, mas agora também no processo que corre na esfera criminal.
José Dumont está preso desde o último dia 15, quando agentes investigavam o suposto abuso sexual cometido contra um menino de 12 anos e encontraram imagens de sexo envolvendo crianças no celular e computador do artista.
Assim, ele foi denunciado pelo Ministério Público por adquirir, possuir e armazenar em seu computador e em seu telefone celular fotografias e vídeos contendo cenas de pornografia envolvendo menores de diversas idades. A Justiça acatou a denúncia e o ator virou réu no caso.
Logo depois, a defesa entrou com um pedido de habeas corpus, alegando que o ator pagaria uma fiança no valor de R$ 40 mil e que colabora com as investigações. A solicitação, no entanto, foi negada pela Justiça e ele segue preso na Casa do Albergado Crispim Ventino, em Benfica, na Zona Norte do Rio.
Os advogados já recorreram da decisão. Agora a medida aguarda um parecer dos juízes da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Além de ser conhecido por seu trabalho no âmbito jurídico, Arthur Lavigne é pai de Paula Lavigne, produtora cultural e empresária, que é casada com o cantor Caetano Veloso.
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O defensor já foi diversas vezes elogiado por Glória Perez, mãe de Daniella, por seu desempenho como assistente de acusação no processo sobre a morte da atriz, assassinada em dezembro de 1992.
Abuso do adolescente de 12 anos
O caso passou a ser investigado depois que câmeras de segurança do condomínio onde o ator mora, no Bairro do Catete, na Zona Sul do Rio, mostraram ele beijando e fazendo carícias no menor de 12 anos.
No documento em que pediu a soltura, a defesa diz que Dumont “se considera” um padrinho do menino e conhecia toda a família dele. Como eles têm uma vida simples e difícil, o artista se compadeceu e passou a ajudar o garoto financeiramente, além de dar roupas e presentes. Por isso, fez um depósito na conta dele.
“O agravado possui muito carinho pela criança e se considera padrinho da mesma, razão pela qual passou a ajudar a família com presentes, roupas e dinheiro. Ele chegou a frequentar a casa da criança e conheceu a sua família, o que mostra que jamais houve problemas de reação entre todos”, destacou a defesa do ator.
No entanto, segundo as investigações, o artista teria feito um depósito de R$ 1 mil para o garoto após o abuso sexual.
Crime premeditado
O advogado André Garcia, que defende a família do adolescente afirma que o ator “premeditou” o crime. Em entrevista ao “Jornal da Record”, da RecordTV, o defensor disse que o artista se aproximou usando da sua fama já com o objetivo de se aproveitar do menor.
“Foi tudo muito premeditado. Primeiro ele ganhou a confiança para, depois, atacar”, afirmou Garcia.
Também em entrevista ao “Jornal da Record”, a mãe do adolescente contou que o ator se aproximou do garoto dando dicas de atuação e afirma que nunca desconfiou de qualquer ato ilícito. A mulher destacou que o artista sempre foi muito atencioso e que ficou “chocada” ao descobrir sobre o abuso.
“[Quero] Justiça. Que ele pague pelo que ele fez e que não faça isso com nenhuma criança mais”, disse a mãe.
Suspeita de abuso sexual na Paraíba
Após a prisão do ator, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) informou, no último dia 19, que reabriu uma investigação contra Dumont sobre estupro de vulnerável. O crime em questão envolveria menores com idades entre 8 e 14 anos e teria ocorrido em 2009, em um apartamento em que ele se hospedava, no município de Cabedelo.
A denúncia sobre esse caso também partiu de vizinhos e, segundo o MPPB, a Promotoria de Justiça tomou as medidas necessárias, mas na investigação não encontrou elementos suficientes para denunciar Dumont à Justiça na época. Agora, o caso será retomado com a oitiva das vítimas e de testemunhas.
O ator também deve ser ouvido por meio de videoconferência nos próximos 30 dias.
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