A Justiça negou um pedido de revogação da prisão preventiva do empresário Thiago Antonio Brennand Tavares da Silva Fernandes Vieira, de 42 anos, que virou réu por agredir uma modelo dentro de uma academia de luxo, em São Paulo. Ele teve a prisão preventiva decretada depois que descumpriu uma ordem judicial de entregar à Justiça, até o último dia 23, seu passaporte. Ele estaria em Dubai, nos Emirados Árabes, e é considerado foragido.
A Polícia Civil de São Paulo procura pelo empresário desde o último dia 27. Também foi determinado que a Polícia Federal inclua nome e foto dele na lista de procurados da Interpol, a polícia internacional.
Mesmo sem apresentar o foragido, a defesa dele entrou com um pedido de revogação da prisão preventiva e também o trancamento do crime de corrupção de menor, pelo qual ele também virou réu. No entanto, o caso foi analisado na segunda-feira (3) e negado pela Justiça.
“Não há por que suspender o decreto de custódia cautelar, um vez que o paciente encontra-se em país com distância suficiente do Brasil a se poder afirmar que, inegavelmente, enquanto se analisa as pretensões aqui deduzidas não se dará o cumprimento do decreto de prisão”, escreveu o relator Maurício Henrique Guimarães Pereira Filho na decisão.
Segundo reportagem do site G1, a defesa do empresário alegou no pedido de liminar que Brennand está sendo “caçado como troféu ao combate à violência contra mulher”. Os advogados dizem que ele deve voltar ao Brasil no próximo dia 18.
Apesar de não se apresentar à Justiça, o empresário teria enviado e-mails ao Ministério Público, nos quais reclamou sobre a maneira que seu nome foi escrito na denúncia.
Denúncias contra o empresário
Brennand foi denunciado por lesão corporal e corrupção de menores na noite do último dia 4, quando o órgão também pediu que o passaporte do empresário fosse apreendido. Porém, ele viajou horas antes de a medida ser analisada pela Justiça. Mais tarde, a denúncia sobre lesão corporal foi acatada, e a decisão determinou que ele retorne ao país.
A Justiça também determinou que o caso seja encaminhado à promotoria de Justiça da Infância e Juventude da Capital, já que o empresário foi denunciado por corrupção de menores. O MP entendeu que ele cometeu esse crime, já que agrediu a modelo na frente do filho adolescente e, ainda por cima, o incentivou a praticar os atos infracionais de injúria e ameaça.
As agressões contra a modelo Helena Gomes, de 37 anos, ocorreram na noite do último dia 3 de agosto e foram flagradas por câmeras de segurança da academia. Em entrevista ao “Universa”, do UOL, ela contou que frequentava a academia há três meses e que o empresário começou a puxar papo, dizendo que alguém falava mal dela, e logo a chamou para sair.
“Eu fui gentil, expliquei que havia terminado um relacionamento recentemente e que não estaria preparada para entrar em outro. A partir daí, ele começou a ser irônico e a provocar, de forma ofensiva”, lembra.
Na noite da agressão, enquanto Helena treinava, o empresário se aproximou dela. Imagens das câmeras mostraram o homem circulando pela sala de musculação e, minutos depois, uma discussão é iniciada.
“Ele estava alterado, rodeando muito. Falou para eu sair de lá. Eu falei ‘Eu não saio’, ele falou de novo ‘sai’, eu falei ‘não saio’, eu falei mais alto e ele falou que mulher não gritava com ele”, disse a modelo.
“Eu estava treinando agachamento numa área que não era passagem. Na hora, eu gritei de volta que não ia sair. Ele me xingou. Eu disse a ele que dinheiro nenhum do mundo ia fazer com que ele tocasse em mim.”
Nesse momento, o empresário bateu com as duas mãos contra o tórax da modelo. “Eu fui para cima também, ele falou: ‘Eu vou cuspir em você, porque você merece’. E cuspiu em mim”, disse Helena.
A modelo relatou, ainda, que um filho do empresário também estava no local e também passou a xingá-la, ameaçando quem se aproximasse dela para tentar ajudar.
Depois da confusão, Helena acionou a Polícia Militar, mas diz que Brennand e o filho deixaram a academia antes da chegada dos agentes. Ela procurou a Polícia Civil, registrou um boletim de ocorrência e o caso passou a ser investigado.
O programa “Fantástico” exibiu ainda uma reportagem com novas denúncias contra o empresário. No total, 15 vítimas mulheres relataram casos de estupro, cárcere privado, agressões e ameaças.
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