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Aposentada de SP perde mais de R$ 200 mil para golpista que se passava por Johnny Depp; entenda

Ela processou o banco por ter permitido as transferências bancárias, mas Justiça não deu ganho de causa

Uma aposentada que mora em Osasco, na Grande São Paulo, perdeu mais de R$ 200 mil para um golpista que se passava na internet pelo ator norte-americano Johnny Depp. O criminoso prometia que queria manter um relacionamento com ela e solicitou transferências bancárias. Ela enviou dinheiro para a conta de um brasileiro e, após perceber que caiu em um golpe, processou o banco alegando que a instituição “permitiu” as transações fraudulentas. A Justiça considerou a ação improcedente.

De acordo com a ação judicial, a aposentada relatou que conheceu o golpista em uma página no Instagram em 21 de setembro de 2020. Segundo ela, ele se apresentou como sendo o ator norte-americano e os dois passaram a ter conversas corriqueiras. Depois de um tempo, o falso artista disse que precisava de dinheiro por conta do envolvimento em processos judiciais.

Na época, Johnny Depp estava, de fato, processando a ex-mulher Amber Heard. Eles tiveram uma separação conturbada e o ator pediu indenização por danos morais por conta de um artigo que a atriz escreveu no jornal “The Washington Post”, no qual afirmou ser vítima de violência doméstica. Ela também o processou e, após um longo embate no Tribunal do Condado de Fairfax, na Virgínia, nos Estados Unidos, ambos foram condenados por difamar um ao outro.

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Enquanto isso, o golpista se aproveitava da repercussão sobre a vida real do ator e continuava a enganar a aposentada brasileira. Em uma das conversas, ele chegou a prometer que a levaria para morar com ele em Los Angeles, na Califórnia.

Com a intenção de ajudar o homem, a aposentada vendeu uma casa e um veículo. Assim, ela fez três transferências bancárias para ele na conta de um brasileiro, identificado como Antônio, que seria “um amigo do advogado de Depp”.

Um filho da mulher viu algumas mensagens no celular dela e, ao ter ciência que ela teve cheques bloqueados, quis entender o que estava acontecendo. Foi aí que o rapaz passou a investigar o caso e descobriu que o dono da conta bancária aparecia em sites que apontam nomes de suspeitos de golpes.

Processo contra o banco

Depois de ter ciência que caiu em um golpe, a aposentada entrou com um processo contra o banco em que Antônio tinha a conta no Brasil alegando que a instituição bancária “permitiu” as ações fraudulentas. Assim, ela pediu indenização e danos materiais e morais.

No processo, o banco alegou à Justiça que a mulher foi quem transferiu o dinheiro por “livre e espontânea vontade”, sem interferência da agência.

O caso foi analisado pela juíza Clarissa Rodrigues Alves, que entendeu que o banco não pode ser responsabilizado pelo golpe.

“Embora a autora afirme ter sido vítima de um golpista, nada nos autos comprova toda a sua narrativa. Note-se que a autora anexou aos autos apenas e tão somente os comprovantes de transferência bancária, que por livre e espontânea vontade efetuou, mas não junta o tal perfil do Instagram que a enganou”, escreveu a magistrada na decisão.

Assim, a juíza considerou a ação improcedente. Ainda cabe recurso.

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