A Justiça revogou na última terça-feira (4) a prisão preventiva do juiz aposentado que havia sido preso por assediar uma dentista em Copacabana, no Rio de Janeiro, durante uma carona em uma bicicleta.
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A decisão foi do juiz Marcel Laguna Duque Estrada, da 36ª Vara Criminal. Ele citou o pedido da defesa, que alegou que Jorge Jansen Coñago Novelle, de 62 anos, “está se recuperando de uma cirurgia na coluna para a reparação de vértebra (...) e que o atestado médico recomenda ‘repouso relativo por três semanas’, ‘evitar sobrecarga na coluna vertebral’ e ‘evitar atividades que tragam risco de queda ou trauma na coluna’”.
O juiz pontuou ainda que Novelle sofre de alcoolismo. “Por meio de breve consulta a sites de pesquisa na internet (...), é possível verificar a existência de variadas matérias jornalísticas, inclusive com vídeos, de modo a aferir que o preso é alcoólatra”, escreveu.
O titular da 36ª Vara Criminal determinou que o juiz aposentado comprove, “no prazo máximo de 10 dias (...), o início urgente de tratamento de alcoolismo” e a “efetiva frequência ao tratamento, de 15 em 15 dias, mediante apresentação em Juízo do respectivo atestado”.
Entenda o caso
O juiz aposentado foi preso em flagrante no último domingo (2) por importunação sexual, resistência e desacato. O magistrado teria assediado uma dentista de 28 anos. Segundo a Polícia Civil, o idoso caminhava próximo à orla quando se deparou com a jovem de bicicleta elétrica. Ele aguardava para atravessar a rua e teria pedido uma carona até a praia. A vítima disse que ficou receosa, mas decidiu ajudar por se tratar de um “homem de idade”.
Ela relatou que, antes de subir na bicicleta, o aposentado teria dito: “Não vou encostar em você, não se preocupe”. Cerca de dez metros depois, porém, ele teria começado a passar a mão em sua cintura, em direção a sua barriga enquanto dizia: “Nossa, você é muito linda, muito gatinha”. A mulher, então, contou que freou e pediu para que o homem saísse da bicicleta.
O aposentado desceu e a jovem foi embora. Minutos depois, ela resolveu ir à praia procurá-lo para falar sobre o ocorrido.
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De acordo com o depoimento da dentista, o juiz aposentado tentou justificar o ato dizendo que ela era linda e que tinha o hábito de namorar “novinhas”.
A dentista acionou policiais militares que estavam nas redondezas, e o idoso foi levado à delegacia. Na 13ª DP (Ipanema), o magistrado chegou a gritar que iria registrar uma ocorrência por denunciação caluniosa contra a dentista.
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