A Polícia Civil investiga o vazamento de um gás tóxico que matou Alessandra Alves da Silva, de 39 anos, em Pontal, no interior de São Paulo. Havia a suspeita de que uma fábrica clandestina de produtos de limpeza funcionasse na casa dela, mas uma vistoria não encontrou indícios de substâncias químicas no local. Por enquanto, o produto que a matou, e afetou cerca de mil moradores, ainda não foi identificado.
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O caso aconteceu na noite de terça-feira (4), quando dezenas de pessoas que moram no bairro Campos Elíseos começaram a sentir sintomas como falta de ar e procuraram atendimento médico na Santa Casa de Pontal. Elas reclamavam de um cheiro forte que invadiu suas moradias. Animais também foram afetados.
O prefeito de Pontal, José Carlos Neves Silva, o Zé Carlos (PSL), confirmou que ainda na noite de terça-feira foi registrada a morte da mulher e que outros dois moradores foram internados em estado grave. Eles foram intubados e encaminhados hospitais de Sertãozinho e Ribeirão Preto, que ficam na mesma região. Outras duas pessoas também seguiam internadas na Santa Casa de Pontal fazendo uso de oxigênio.
Além do bairro Campos Elíseos, moradores de Nova Pontal, Jardim Europa, Jardim Jequitibá 1,2 e 3, Vila Adelaide e Vila Regina também reclamaram que sentiram o cheiro forte. Sendo assim, a administração municipal recomendou que eles deixassem suas casas. Cerca de mil pessoas foram afetadas e ficaram temporariamente desalojadas. As aulas e serviços públicos na cidade foram suspensos.
Na manhã de quarta-feira (5), a Polícia Civil esteve na casa de Alessandra, pois havia a suspeita de que lá funcionasse uma fábrica clandestina de produtos de limpeza. No entanto, segundo o delegado Igor Franco Godoy Dorsa, não foram encontrados nenhum vestígio de produto químico na residência.
“Nós já passamos com a Polícia Científica na casa da Alessandra e não encontramos nada, nenhum vestígio que pudesse justificar a origem da casa dela. A casa dela já descartamos”, disse o delegado ao site G1.
De acordo com Dorsa, uma residência que faz fundos com a casa da vítima também foi vistoriada, mas sem vestígios do uso de produtos químicos. Assim, a origem do cheiro forte continua desconhecida.
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Já a prefeitura destacou, em nota, que foi feita uma análise na rede de água que abastece Pontal e que a água não foi contaminada.
Possível descarte irregular
O delegado diz que os policiais farão uma vistoria em empresas que atua na região para apurar se houve algum descarte irregular de produtos químicos. Dorsa informou, ainda, que imagens de câmeras de segurança na região foram coletadas.
O caso foi registrado na Polícia Civil como homicídio e uso de gás tóxico ou asfixiante. O delegado destacou que o responsável pelo vazamento deve ser indiciado por crime ambiental e, dependendo de como a irregularidade foi cometida, pode responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar.
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