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Jovem é inocentado após passar um ano preso, mas morre horas antes de deixar presídio, no Tocantins

Rapaz ficou doente na cadeia e parentes dizem que não foram avisados; eles denunciam negligência

Caso aconteceu em Palmas, no Tocantins
Motoboy Briner de César Bitencourt, de 22 anos, foi inocentado de acusação de cultivo de maconha, mas morreu horas antes de ser solto de presídio (Reprodução/Instagram)

O motoboy Briner de César Bitencourt, de 22 anos, passou um ano preso na Unidade Penal de Palmas (UPP), no Tocantins, após ser detido em uma operação da Polícia Militar que encontrou uma estufa utilizada para o cultivo de maconha na casa em que ele alugava um quarto. Nesse período, ele sempre alegou inocência e buscava a soltura. O rapaz obteve a absolvição, mas ficou doente e morreu horas antes de ser libertado.

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A prisão de Briner ocorreu no dia 12 de outubro do ano passado, quando policiais militares encontraram uma estufa com plantas de maconha no quarto de uma casa em Palmas. O motoboy também morava no local e foi levado para a delegacia com outras duas pessoas.

Ao ser ouvido, o motoboy confirmou que morava na casa, em um quarto alugado, mas negou que tivesse qualquer envolvimento com o cultivo de maconha. Na ocasião, foi realizada uma perícia no celular dele e, mesmo sem encontrar indícios da participação no crime, a prisão foi solicitada à Justiça e depois ele foi levado ao presídio.

Desde então, a advogada Lívia Machado Vianna, que o defendia, tentava provar a inocência do rapaz, que não tinha antecedentes criminais. Depois disso, ele foi julgado e absolvido, mas a decisão do juiz só foi protocolada no último dia 7.

Adoeceu no presídio

Briner aguardava seu julgamento, quando começou a reclamar de dores pelo corpo e passou a ser atendido pela unidade de saúde do próprio presídio.

De acordo com a Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), o quadro dele piorou na noite do último domingo (9) e o rapaz foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Taquaralto, no sul de Palmas.

No entanto, já deu entrada em estado crítico, foi intubado, mas sofreu uma parada cardíaca. O motoboy não resistiu e morreu na madrugada de segunda-feira (10).

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Ainda conforme a Seciju, a causa da morte dele ainda não foi confirmada. Quando a pasta recebeu o alvará de soltura do rapaz, na manhã de segunda-feira, ele já tinha morrido.

Já o Tribunal de Justiça do Tocantins informou que a liberação do alvará obedeceu ao trâmite normal, “sem qualquer evento capaz de macular ou atrasar o andamento do feito”.

Família denuncia negligência

A família do motoboy diz que em nenhum momento foi avisada de que o rapaz estava doente. Tanto que, no dia em que ele foi absolvido, eles se preparavam para recebê-lo em casa.

“A piora dele foi nesse mês. A minha mãe ainda não tinha visitado ele”, disse Beatriz Sampaio, irmã do rapaz, em entrevista ao site UOL.

“Ele era um menino muito palhaço, gostava de fazer as pessoas rirem. Um excelente tio, irmão, filho. Era o xodó da minha mãe porque era o único filho homem. Ele amava muito a vida e era muito querido e amigo da gente”, ressaltou a irmã. “A suspeita é de que houve negligência da parte do Estado e a gente quer justiça”, destacou.

A Seciju nega qualquer irregularidade e diz que seguiu o protocolo. Segundo a pasta, “devido ao sigilo médico/paciente, os atendimentos realizados durante à custódia não são informados” aos familiares.

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