A modelo Helena Gomes, de 37 anos, que foi agredida pelo empresário Thiago Antonio Brennand Tavares da Silva Fernandes Vieira, de 42, dentro de uma academia de luxo, em São Paulo, comentou a prisão dele em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Ele virou réu no caso e estava foragido desde o último dia 23 de setembro, quando não entregou seu passaporte conforme determinado pela Justiça brasileira. Em entrevista ao programa “Encontro”, da TV Globo, a vítima se disse “aliviada”.
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“Todas essas pessoas que vieram conversar comigo falavam que a Justiça seria feita. Eu chegava a me questionar: E se não for feita? O que é que eu vou falar para essas pessoas que estão entrando nesse processo com a gente. Então, eu estou aliviada. Eu estou aliviada que as coisas estão andando como planejamos”, disse a modelo.
A prisão do empresário ocorreu na quinta-feira (13) e foi feita pela Interpol, a polícia internacional, segundo confirmou a delegada Ivalda Oliveira Aleixo, da Divisão de Capturas do Departamento de Operação Policiais Estratégicas (Dope) da Polícia Civil de São Paulo. Agora, a Polícia Federal vai intermediar a vinda dele ao país.
“Ainda estamos falando com a PF para saber como será esse trâmite já que o procurado foi detido em outro país”, disse a delegada.
Agressões contra a modelo
As agressões contra a modelo Helena Gomes ocorreram na noite do último dia 3 de agosto e foram flagradas por câmeras de segurança da academia. Em entrevista ao “Universa”, do UOL, ela contou que frequentava a academia há três meses e que o empresário começou a puxar papo, dizendo que alguém falava mal dela, e logo a chamou para sair.
“Eu fui gentil, expliquei que havia terminado um relacionamento recentemente e que não estaria preparada para entrar em outro. A partir daí, ele começou a ser irônico e a provocar, de forma ofensiva”, lembra.
Nesse momento, o empresário bateu com as duas mãos contra o tórax da modelo. “Eu fui para cima também, ele falou: ‘Eu vou cuspir em você, porque você merece’. E cuspiu em mim”, disse Helena.
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A modelo relatou, ainda, que um filho do empresário também estava no local e também passou a xingá-la, ameaçando quem se aproximasse dela para tentar ajudar.
Depois da confusão, Helena acionou a Polícia Militar, mas diz que Brennand e o filho deixaram a academia antes da chegada dos agentes. Ela procurou a Polícia Civil, registrou um boletim de ocorrência e o caso passou a ser investigado.
Denúncia do MP
O empresário foi denunciado pelo Ministério Público por lesão corporal e corrupção de menores na noite do último dia 4 setembro, quando o órgão também pediu que o passaporte do empresário fosse apreendido. Porém, ele viajou horas antes de a medida ser analisada pela Justiça.
Mais tarde, a denúncia sobre lesão corporal foi acatada, e a decisão determinou que ele retornasse ao país até o último dia 23, quando deveria entregar seu passaporte. Mas isso não ocorreu e ele era considerado foragido.
A Justiça também determinou que o caso fosse encaminhado à promotoria de Justiça da Infância e Juventude da Capital, já que o empresário foi denunciado por corrupção de menores.
O MP entendeu que ele cometeu esse crime, já que agrediu a modelo na frente do filho adolescente e, ainda por cima, o incentivou a praticar os atos infracionais de injúria e ameaça.
Vítima de conspiração
No domingo (10), o empresário havia divulgado vídeos nas redes sociais, nos quais negou todas as 11 acusações contra ele, que vão, além da agressão contra a modelo, a crimes como estupro, abuso sexual, cárcere privado e ameaças.
“Estou tranquilo onde estou. Não estou fugindo. Prisão ilegal? Quem vai se submeter a um Estado de exceção”, disse ele em um vídeo publicado no YouTube, sem especificar sua localização.
Brennand destacou, ainda, que todas as acusações são fruto de uma conspiração contra ele. “Vocês mexeram com a pessoa errada (...) Vocês morrem de inveja. Branco, heterossexual inegociável. Armamentista, óbvio. Conservador, sempre”, disse o empresário.
Antes da prisão dele, a defesa entrou com um pedido de revogação da prisão preventiva e também o trancamento do crime de corrupção de menor, pelo qual ele também virou réu. No entanto, o caso foi analisado no último dia 3 e negado pela Justiça.
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