O lutador de jiu-jítsu Thaynã Higor, de 25 anos, que morreu em um ataque a um restaurante japonês na Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, na noite de quarta-feira (12), ia visitar o pai que fazia aniversário naquela data. O rapaz saía do estabelecimento, acompanhado pela noiva, e foi baleado enquanto aguardava por um carro de aplicativo. Um idoso de 67 anos também foi morto pelo atirador (veja vídeos abaixo), que fugiu do local, mas acabou preso depois.
Irmã do lutador, a auxiliar administrativa Ariany Batista disse em entrevista ao site G1 que o rapaz chegou a ligar para o pai para avisar que estava chegando para dar os parabéns para ele.
“Era Dia das Crianças e também aniversário do pai dele. O Thaynã ligou e disse: ‘Estou em Praia Grande, mas darei um abraço no senhor [o pai]’. Ele ligou para dizer que estava chegando, mas nunca chegou”, lamentou a jovem, que destacou que a mãe do lutador e a noiva, que presenciou o crime, estão em estado de choque.
O crime ocorreu por volta das 23h de quarta-feira na Avenida Mallet, no bairro Canto do Forte, em Praia Grande. Câmeras de segurança mostraram que o autor do ataque se aproximou do restaurante Katsuya e atirou contra o lutador de jiu-jítsu. Logo depois, o criminoso entrou no local e efetuou mais disparos, acertando o idoso, que chegou a ser socorrido, mas morreu no Hospital Municipal Irmã Dulce.
Depois do ataque ao restaurante, o criminoso fugiu e fez reféns em uma pizzaria. Outro vídeo mostra quando ele foi preso por policiais militares (veja abaixo). Ninguém ficou ferido no local.
Depois de preso, o atirador, que tem 35 anos, foi levado para a delegacia. Lá, foi constatado que ele foi condenado há 14 anos de prisão por um homicídio, mas estava foragido da Justiça depois que deixou a cadeia para uma “saidinha” e não retornou.
A motivação do ataque segue desconhecida. A Polícia Civil diz que o caso continua a ser investigado.
Carreira de Thaynã Higor
O atleta tinha uma lesão no plexo braquial, que limitava os movimentos e a desenvoltura muscular do braço esquerdo, depois de um erro médico em seu parto. Apesar disso, ele começou a treinar jiu-jítsu em 2010 em torneios convencionais.
Em 2014, foi oficializada a categoria para pessoas com deficiência pela Confederação Brasileira Paradesportiva de Jiu-Jitsu (CBPJJ). Nos anos seguintes, Thaynã sagrou-se tricampeão mundial pela entidade.
Já em 2018, ele tornou-se bicampeão do Abu Dhabi World Festival ParaJiu Jitsu, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
A CBPJJ que divulgou um comunicado nas redes sociais decretando luto de sete dias. “A CBPJJ, entidade pioneira e criadora do Parajiu-jítsu mundial, decreta luto de 7 dias pelo falecimento de seu tricampeão mundial e pioneiro do esporte Thaynã Higor. Prestamos nossos sentimentos à família enlutada e desejamos força nesse momento tão difícil”, destacou a confederação.