Um trote aplicado por alunos universitários teria deixado um rapaz em coma em Ouro Preto, em Minas Gerais. A Polícia Civil investiga o caso.
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Segundo reportagem do “Jornal Nacional”, da TV Globo, Ayrton Carlos Almeida Veras havia saído do Maranhão para estudar engenharia na UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto). No início do ano, ele se mudou para a República Sinagoga, gerenciada pelos próprios estudantes da instituição.
Regina Araújo Veras, mãe do jovem, contou que ele enfrentou as chamadas “batalhas”, trotes aplicados aos recém-chegados para provar quem merece viver na república. Um dia, Ayrton teria sido submetido a um “desafio” durante uma festa e entrado em coma.
“Eles dão uma pressão psicológica nos alunos, nos rapazes. Ele bebeu copos americanos, três copos americanos, cheios de cachaça, de pinga. Três copos americanos cheios de molho com óleo, molho de pimenta com molho shoyu. Eles deram um banho nele com balde de água gelada com pó de café. Apagou após o banho gelado e entrou em coma”, disse Regina à TV Globo.
Ayrton foi levado à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) com sintomas de excesso de bebida. Ao constatar o estado grave de saúde do paciente, o médico chamou a polícia.
Ainda segundo a mãe de Ayrton, os médicos também citaram sinais de abuso sexual, mas a família afirmou que ainda não recebeu o resultado do exame.
O estudante precisou ser transferido para a Santa Casa de Ouro Preto. Ele foi intubado e passou 16 dias internado.
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Fim do sonho
Após receber alta, Ayrton trancou a matrícula e voltou para o Maranhão, onde faz tratamento contra as sequelas.
“Eu não consigo mais voltar a falar. Até porque não vai ser confortável para mim, tanto emocionalmente como fisicamente. A gente é obrigado a passar por cada humilhação, e eles acham normal, eles normalizam. Fiquei decepcionado, e também decepcionado pela gestão. Eu quero que a UFOP tome atitudes, providências. Eu quero justiça. Não é o primeiro caso, são vários casos”, disse.
O que diz a universidade e a república
Segundo o “Jornal Nacional”, a Universidade Federal de Ouro Preto instaurou uma comissão disciplinar, encaminhou o jovem para acompanhamento e reiterou que o trote pode levar a advertência, suspensão ou desligamento dos envolvidos.
Já a República Sinagoga negou que os fatos tenham ocorrido da forma como a família de Ayrton relata, alegando que levou o estudante para atendimento e que deu todo o apoio à família.
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