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Governador de SP diz que PM vai desbloquear estradas e aplicar multas de até R$ 100 mil

Rodrigo Garcia afirmou que o uso da força policial contra manifestantes relutantes não está descartada

Eles não aceitam a vitória de Lula
Caminhoneiros fazem bloqueios em estradas estaduais e federais que cortam SP (Reprodução/Redes sociais)

A Polícia Militar vai atuar no desbloqueio de vias estaduais e federais que cortam o estado de São Paulo, que estão bloqueadas por grupos inconformados com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições. O governador Rodrigo Garcia (PSDB) disse, em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (1º), que, caso os caminhoneiros não obedeçam, o uso da força policial não está descartado. Além disso, ressaltou que serão aplicadas multas de até R$ 100 mil aos motoristas.

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“A partir de agora, nós vamos aplicar aquilo que determina a decisão judicial, iniciando com multas de R$ 100 mil por hora para cada veículo que esteja contribuindo com essa obstrução, a partir também daí fichando e eventualmente prendendo àqueles manifestantes que resistirem à desobstrução das vias e, se necessário, o emprego de força”, disse Garcia.

O governador informou que o governo estadual tenta negociar com os caminhoneiros desde segunda-feira (31), mas muitos deles seguem intransigentes. “Existe o início de negociação, se a negociação não chegar a um bom termo, nós vamos começar a empregar o uso da força. Agora, não se começa pelo fim”, destacou ele.

Nesta manhã, eram registrados atos na Rodovia Castello Branco, na altura de Osasco; no Rodoanel Mário Covas; na Rodovia Régis Bittencourt e na Anhanguera.

A situação também era complicada na Rodovia Hélio Smidt, que dá acesso ao Aeroporto Internacional de Guarulhos. Neste local, o ato fez com que 25 voos fossem cancelados por causa do atraso da tripulação, sendo 12 na segunda-feira e 13 nesta manhã, conforme informou a GRU Airport, concessionária que administra o terminal. Garcia destacou que o trecho já foi liberado pelas forças policiais.

Outro ponto com problemas é a Marginal Tietê, no sentido Ayrton Senna, na altura da Ponte das Bandeiras, sendo que na pista expressa há bloqueio total e nas demais, parciais. Há uma extensa filas de carros no local.

Para o governador, os caminhoneiros precisam aceitar o resultado da eleição e parar de causar prejuízos aos demais motoristas que precisam circular nas rodovias. “As eleições acabaram, nós vivemos num país democrático, São Paulo respeita o resultado das urnas e nenhuma manifestação vai fazer com que a democracia do Brasil retroceda”, ressaltou Garcia.

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Também há atos em outras estradas e também pelo país
Protesto de caminhoneiros após vitória de Lula causa transtornos na Rodovia Castello Branco, em SP (Reprodução/TV Globo)

Investigação do MP

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) informou, na segunda-feira, que instaurou um grupo para investigar os protestos que são realizados desde a noite de domingo. Segundo o órgão, membros da Promotoria de Justiça da Habitação e do Urbanismo da Capital e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) vão apurar os prejuízos e as responsabilidades dos atos.

O procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, disse que tudo indica que uma organização crimonosa está por trás dos protestos.

“Trata-se de uma manifestação de desrespeito ao resultado das urnas, de desrespeito à vontade do povo brasileiro, de maneira que o Ministério Publico não se curvará a quem quer que seja e defenderemos a democracia e trabalharemos pela paz da população do estado de são Paulo e do Brasil de forma absolutamente intransigente”, ressaltou ele.

Bloqueios pelo país

Os protestos começaram a se espalhar pelo país ainda na noite de domingo, logo depois que a vitória de Lula foi confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas, passaram a bloquear estradas em pelo menos 25 estados e no Distrito Federal.

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) participaram de uma votação, no início da madrugada desta terça-feira, na qual confirmaram uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou que a PRF e as polícias militares de todo o país façam o desbloqueio das estradas.

Moraes destacou, em sua decisão, que atendeu a pedidos da Confederação Nacional dos Transportes, que não reconhece a legitimidade dos protestos, e do vice-procurador geral eleitoral.

Segundo um balanço divulgado pela PRF às 20h30 de segunda-feira, havia 321 bloqueios nas estradas federais. Já na manhã desta terça-feira, por volta das 9h, a corporação informou que segue a determinação dos ministros do STF, mas que ainda estavam ativas 227 manifestações em rodovias federais.

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