O vice-presidente e senador eleito General Hamilton Mourão (Republicanos-RS) falou sobre a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições, negou que haja fraude no processo eleitoral e afirmou que os bolsonaristas, que fazem bloqueios em várias estradas pelo país, devem “baixar a bola”.
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Em entrevista ao jornal “O Globo”, Mourão destacou que a vitória do petista foi legítima e que é preciso saber aceitar a derrota.
“Nós concordamos em participar de um jogo em que o outro jogador [Lula] não deveria estar jogando. Mas, se a gente concordou, não há mais do que reclamar. A partir daí, não adianta mais chorar, nós perdemos o jogo”, disse Mourão.
Questionado sobre a demora do presidente Jair Bolsonaro (PL) em se pronunciar após o resultado da eleição, o senador eleito disse que “cada um reage de um jeito”.
“Ele está reagindo à maneira dele. Ele procurou a melhor forma de falar tudo o que queria falar sem incorrer em ofensas, ilegalidades”, disse.
Sobre os protestos de apoiadores do presidente, que estão inconformados com a vitória de Lula, Mourão destacou que a hora de protestar foi quando o petista teve seus direitos políticos restabelecidos e, assim, pôde disputar a eleição.
“Deveria ter sido realizado quando o jogador que não deveria jogar foi [autorizado a jogar]. Ali deveriam ter ido para a rua, buzina. Mas não fizeram. Existem 58 milhões de pessoas inconformadas, mas aceitaram participar do jogo. Então tem que baixar a bola”, ressaltou o vice-presidente.
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Discurso de Bolsonaro
Dois dias após ser derrotado nas urnas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez na terça-feira (1º) seu tão aguardado pronunciamento. Ele condenou os bloqueios nas estradas pelo País, afirmando que os métodos da direita “não podem ser os da esquerda”.
“Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”, disse o atual presidente.
Bolsonaro afirmou ainda que sempre respeitou a Constituição e assim continuará agindo.
“Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição”, continuou.
A fala foi curta e não citou Lula. Mourão disse, na terça-feira, que acredita sim que o presidente passará a faixa ao seu sucessor.
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