O estudante Vitor Cotrim, de 18 anos, ficou ferido ao ser atingido por uma pedra enquanto seguia em um ônibus na Rodovia Anhanguera, em Jundiaí, no interior de São Paulo, na quinta-feira (3). O local contava com um bloqueio feito por bolsonaristas que não aceitam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições. Um grupo invadiu o coletivo e iniciou uma discussão (veja abaixo), quando a pedra estilhaçou a janela e feriu o rapaz.
O caso aconteceu em frente ao 12º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC) de Jundiaí, onde manifestantes pró-Bolsonaro faziam um ato. Ao se aproximarem, estudantes que seguiam no ônibus da linha 430 (ETEVAV - Central) começaram a gritar palavras contra o presidente, quando os bolsonaristas invadiram o coletivo e começou a discussão. Em seguida, a pedra foi arremessada.
“Depois de terem mirado a pedra em mim, eles bateram muito no ônibus e devem ter forçado o motorista para entrar. Não sei como julgar o motorista, mas acho que ele foi coagido, acho que ele abriu a porta depois de gritarem com ele. Nessa, eles começaram a intimidar a gente: ‘fala agora! Fala do Lula de novo! E foram intimidando gente que nem tinha falado nada e só estava sentado no ônibus seguindo viagem e querendo ir embora depois de mais um dia de aula”, relatou o estudante em entrevista ao site G1.
“Eu entendo que eles estavam ali se manifestando. E nós estávamos nos manifestando dentro do ônibus também. Não xingamos nenhum deles, não precisava ter acontecido aquilo”, lamentou Vitor.
O estudante disse que, enquanto a confusão estava rolando, havia uma viatura da Polícia Militar nas proximidades, mas que os agentes não fizeram nada.
“Eles não fizeram nada. Nada, nada mesmo. Só depois que viram que eu estava sangrando que vieram falar comigo e com o motorista. Eles disseram que, se o motorista quisesse fazer um boletim de ocorrência, eu teria que ir junto, porque ia ter que fazer corpo de delito, mas foi só”, contou.
Investigação
Apesar do ferimento, Vitor disse que ainda não tinha registrado um boletim de ocorrência sobre a agressão sofrida.
A Prefeitura de Jundiaí informou, em nota, que a Unidade de Gestão de Mobilidade e Transporte (UGMT) lamenta o ocorrido e afirmou que a empresa de ônibus prestará as informações ao plantão policial para o registro de boletim de ocorrência. A prefeitura também disse que as imagens das câmeras do ônibus estão à disposição da Justiça.
Já a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) ressaltou que o caso será registrado no 1º DP de Jundiaí, que fará uma investigação sobre o ocorrido.
A diretoria da Etec Vasco Antônio Venchiarutti, onde ele estuda, afirmou que as aulas foram suspensas nesta sexta-feira (4) para garantir a segurança dos alunos enquanto os protestos de bolsonaristas ainda são registrados.
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