A barbeira Stefanie Marques Ferreira Candido, de 30 anos, foi presa pela morte do idoso Jorge Valentim, de 72, no município de São Lourenço, no sul de Minas Gerais. Ela foi indiciada pelo homicídio, mas a família afirma que ela apenas se defendeu de um estupro, já que reagiu enquanto o homem tentava beijá-la e passava a mão pelo seu corpo. Os parentes fazem uma campanha nas redes sociais para custear a defesa dela.
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O caso aconteceu no último dia 22 de outubro. Conforme o boletim de ocorrência, Stefanie foi até a casa do idoso, como já tinha feito antes, quando ele tentou agarrá-la com a intenção de forçar “um ato libidinoso ou a própria conjunção carnal”. Assim, ela entrou em luta corporal com o homem e começou a enforcá-lo. Minutos depois, percebeu que ele estava morto.
A barbeira machucou um joelho durante a briga e, então, buscou atendimento médico em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Depois, ela voltou até a casa do idoso para buscar algumas roupas e, em seguida, se escondeu no banheiro da barbearia onde trabalhava. No entanto, acabou presa no local.
Em entrevista ao site UOL, a advogada Amanda Scalisse, que defende Stefanie, disse que ela agiu em legítima defesa e não deveria ter sido presa em flagrante e indiciada pelo homicídio pela Polícia Civil. A prisão foi convertida em preventiva e, desde então, ela segue no presídio de Santa Rita do Sapucaí.
“Infelizmente, esse cenário de relativização da palavra da mulher, seja ela vítima ou acusada, é comum no Judiciário. Nosso papel é lutar para que a Stefanie seja ouvida e para que a Justiça seja feita, pois ela agiu em legítima defesa”, disse a defensora.
Família faz campanha
Os parentes da barbeira contam que ela, que é natural de Resende, no Rio de Janeiro, se mudou para Minas Gerais para trabalhar como barbeira. Eles fazem uma campanha nas redes sociais para angariar fundos e custear a defesa da mulher que, segundo eles, não tinha antecedentes criminais e apenas se defendeu do estupro.
No Instagram, eles dizem que a mulher é vítima de preconceito. “Sabemos como nossa sociedade trata pessoas negras, pobres, LGBTI e mulheres. Stefanie sempre teve orgulho de dizer que é uma mulher preta, gorda e sapatão”, diz uma das postagem.
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