O pai do adolescente que a invadiu duas escolas e matou quatro pessoas, em Aracruz, no Espírito Santo, disse que o filho foi vítima de bullying há cerca de dois anos e que, depois disso, houve uma “transformação” de comportamento. A declaração foi dada ao “Domingo Espetacular”, da TV Record, e reproduzida pelo “UOL”.
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“É um sentimento totalmente de surpresa. Diante de uma atitude dessas, inesperada. Nós nunca nem imaginávamos algo assim. Ele [o meu filho] passou por um problema de bullying, realmente há um período de aproximadamente uns dois anos. Ele andou reclamando disso com a gente. E, a partir desse momento, houve sim uma transformação”, contou o pai do jovem de 16 anos.
“[Se eu encontrasse os parentes das pessoas que morreram], com certeza, eu iria estar pedindo o perdão em nome do meu filho. E dizer o mais importante: tem pessoas maquiavélicas, pessoas do mal por trás. E o contato, eu acredito que seja pela internet, que manipula esses jovens, contamina eles. E levam eles a cometer esse tipo de atitude, a cometer tragédias como essa”, continuou o homem, tenente da PM (Polícia Militar).
Os ataques
Além dos mortos, os ataques deixaram outras 13 pessoas feridas na última sexta-feira (25). Em depoimento, ele disse que planejou os crimes e agiu sozinho. No entanto, a investigação não descarta ainda se ele teve ajuda e se tem ligação com algum grupo extremista.
O menor invadiu a Escola Estadual Primo Bitti e, em seguida, uma escola particular que também fica em Praia de Coqueiral. Ele matou as professoras Maria Penha Pereira de Melo Banhos, 48 anos; Cybelle Passos Bezerra, de 45; Flavia Amoss Merçon Leonardo, de 38; e a estudante Selena Zagrillo, 12 anos.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), disse que o adolescente, detido logo em seguida aos ataques, garantiu ter atuado sozinho, mas que isso ainda é apurado.
A investigação também busca esclarecer a motivação do ataque, já que o menor confessou a participação no caso, mas não destacou o que o levou a fazer tais atos. Ao ser ouvido, ele estava acompanhado pelos seus pais e, conforme a Polícia Civil, aparentava “tranquilidade”.
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