A estudante Thais Pessotti da Silva, de 14 anos, uma das 13 pessoas que ficaram feridas durante ataques cometidos contra duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo, tem quadro de saúde considerado grave. Conforme a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), ela foi baleada na cabeça e precisou passar por uma cirurgia.
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A adolescente segue entubada, sedada e em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do UTI do Hospital Infantil de Vitória. Ela estuda no Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), o segundo local alvo dos ataques cometidos por um adolescente de 16 anos, que resultaram ainda em quatro mortes.
Além de Thais, outros cinco feridos seguiam hospitalizados em unidades de saúde de Vitória até a noite de segunda-feira (28). Todas apresentavam quadro de saúde estável, sendo que uma mulher de 58 anos ainda aguarda para ser submetida a uma cirurgia na perna.
Os ataques
O caso aconteceu na manhã da última sexta-feira (25). Primeiro o menor invadiu a Escola Estadual Primo Bitti e, em seguida, a escola particular CEPC. Um vídeo que circula nas redes sociais mostrou o momento em que o atirador entrou em uma das unidades de ensino e os momentos de terror vividos por funcionários e alunos tentando fugir do massacre (veja abaixo).
Ele matou as professoras Maria Penha Pereira de Melo Banhos, 48 anos; Cybelle Passos Bezerra, de 45; Flavia Amoss Merçon Leonardo, de 38; e a estudante Selena Zagrillo, 12 anos.
O menor segue apreendido e vai responder por ato infracional análogo a três homicídios e a 10 tentativas de homicídio qualificadas. Isso porque os últimos três feridos se machucaram na correria e não foram baleados.
Atirador diz que agiu sozinho
Conforme o delegado André Jaretta, responsável pelas investigações na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o adolescente disse que planejou o ataque com antecedência. O garoto ressaltou que agiu sozinho e que não tinha alvos específicos.
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“A partir de 2020 ele começa a ele se preparar, a se planejar melhor como executaria essas ações, começa a tornar isso mais próximo do plano real. Aparentemente ele não fala isso com terceiros, guardou isso para si e foi alimentando esse sentimento de ódio”, explicou Jaretta.
Até o momento, a investigação já apurou que o menor é um “simpatizante de ideias nazistas”, mas a corporação ainda apura se ele tinha alguma ligação com grupos extremistas.
Ainda segundo o delegado, o menor disse que se aproveitou de um momento em que os pais não estavam em casa para cometer os ataques. Em seguida, ele voltou para casa e almoçou com eles normalmente, como se nada tivesse acontecido. No entanto, foi apreendido logo depois.
Os genitores foram ouvidos e disseram que o filho tem transtornos psicológicos. “Os pais deixaram claro que ele fazia acompanhamento com psicóloga e psiquiatra, tomava medicação, mas não se abria muito”, disse o investigador.
O pai do adolescente também disse que o filho foi vítima de bullying há cerca de dois anos e que, depois disso, houve uma “transformação” de comportamento. A declaração foi dada ao “Domingo Espetacular”, da TV Record, e reproduzida pelo “UOL”.
PM vai investigar o pai
As armas usadas pelo adolescente no ataque são do pai dele, que é policial militar. Na segunda-feira (28), a corporação destacou que instaurou um processo administrativo para apurar como o adolescente teve acesso aos equipamentos.
“Está sendo instaurado hoje [dia 28] um procedimento administrativo para apurar as circunstâncias na qual o autor teve acesso às duas armas dele, uma da corporação e uma de registro pessoal, além das balas”, informou o ️comandante-geral da Polícia Militar, coronel Douglas Caus.
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