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Adolescente que atacou escolas em Aracruz ganhou do pai livro escrito por Hitler, diz polícia

Menor é ‘simpatizante de ideias nazistas’ e disse que leu trechos da obra antes dos crimes; quatro morreram

Atirador invade escola no Espírito Santo
Adolescente usava uniforme camuflado e símbolo nazista um um dos braços (Reprodução)

O adolescente que matou quatro pessoas e feriu outras 13 durante ataques cometidos contra duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo, é “simpatizante de ideias nazistas”, conforme apurou a Polícia Civil. Segundo o delegado André Jaretta, responsável pelas investigações, o menor ganhou do próprio pai o livro “Minha Luta”, que foi escrito por Hitler em 1923. O genitor, que é policial militar, está afastado das funções e também é investigado, já que foram as armas dele que o filho usou para matar quatro pessoas e ferir outras 13.

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A obra escrita pelo ditador nazista é proibida em algumas cidades, exatamente por disseminar ideias antissemitas. Conforme reportagem do site UOL, o adolescente confirmou à polícia ter livro trechos do livro antes de cometer os ataques.

No momento em que invadiu as escolas, ele usava um uniforme camuflado, que continha uma suástica no braço direito. “Esse adolescente leu parte desse livro”, disse o delegado, que ressaltou que a obra foi apreendida pela investigação.

Fontes ouvidas pela reportagem confirmaram que o pai do adolescente admitiu que comprou o livro após um pedido do filho. O objetivo do genitor em atender sua vontade seria garantir uma aproximação, já que o menor era muito fechado e mal falava, mesmo dentro de casa.

Por enquanto, o policial militar está afastado das funções e é alvo de um inquérito por parte da Polícia Militar. O objetivo é esclarecer como o adolescente teve acesso as armas do genitor.

Comportamento

O adolescente costumava desviar o olhar se alguém o cumprimentava ou evitava contato visual usando óculos escuros, relataram vizinhos próximos da casa da família ouvidos pelo UOL. O jovem tinha o hábito de se exercitar em uma academia comunitária perto de sua casa ou de andar de moto pelas ruas da região. Era comum também vê-lo fazendo corridas ou caminhadas ao lado do pai.

Seu pai, aliás, era um dos dois únicos contatos salvos no celular do atirador. Segundo o delegado André Jaretta, estavam registrados apenas “pai” e “mãe” no aparelho apreendido pela polícia. Vale dizer que, diferentemente do pai, a mãe - professora aposentada - foi descrita como uma pessoa mais reservada.

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Ainda segundo a reportagem, a pandemia da covid-19 teria feito com que o garoto se isolasse ainda mais.

Os ataques

O caso aconteceu na manhã da última sexta-feira (25). Primeiro o menor invadiu a Escola Estadual Primo Bitti e, em seguida, a escola particular CEPC. Um vídeo que circula nas redes sociais mostrou o momento em que o atirador entrou em uma das unidades de ensino e os momentos de terror vividos por funcionários e alunos tentando fugir do massacre.

Ele matou as professoras Maria Penha Pereira de Melo Banhos, 48 anos; Cybelle Passos Bezerra, de 45; Flavia Amoss Merçon Leonardo, de 38; e a estudante Selena Zagrillo, 12 anos. Além disso, outras 13 pessoas ficaram feridas.

O menor vai responder por ato infracional análogo a três homicídios e a 10 tentativas de homicídio qualificadas. Isso porque os últimos três feridos se machucaram na correria e não foram baleados.

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