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Uso de câmeras corporais pela PM reduziu mortes em 57%, revela estudo da FGV

Cerca de 104 óbitos foram evitados nos primeiros 14 meses de introdução da tecnologia, destacou relatório

Estudo mostra que câmeras corporais da PM têm impacto positivo
Estudo mostra que câmeras corporais da PM têm impacto positivo (Divulgação/Polícia Militar)

Um estudo do CCAS (Centro de Ciência Aplicada à Segurança Pública) da FGV (Fundação Getúlio Vargas) avaliou o impacto do uso de câmeras corporais pela PM (Polícia Militar) em São Paulo. Segundo o relatório, a tecnologia reduziu em 57% o número de MDIP (Mortes Decorrentes de Intervenção Policial) na área das unidades policiais que utilizam as chamadas COPs (Câmeras Operacionais Portáteis) em relação à média do período anterior a sua implantação.

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“Considerando o número de áreas tratadas, isso significa que cerca de 104 mortes foram evitadas nos primeiros 14 meses de introdução das câmeras considerando apenas a região metropolitana da capital”, destacou o relatório dos pesquisadores.

Outros resultados avaliados foram as LCDIP (Lesões Corporais Decorrentes de Intervenção Policial). Com a implantação das câmeras, houve uma queda expressiva de 63% no total de ocorrências.

Os pesquisadores apontaram que as câmeras contribuíram para reduzir a subnotificação de crimes de menor potencial ofensivo. “Além de Violência Doméstica, houve aumento no volume de notificações de ocorrências de baixo potencial ofensivo como Furtos, Discussões e Brigas, Agressões e Ameaças. Esses resultados sugerem que as câmeras podem reforçar o cumprimento de protocolos e a notificação de ocorrências que costumam ser subnotificadas.”

O relatório avaliou ainda que o uso de câmeras não inibe o policiamento ostensivo regular. Foram analisados indicadores de atividade policial e crimes registrados na Policia Civil. O número de presos em flagrante não se alterou nas unidades policiais que receberam as câmeras, tampouco o de ocorrências de tráfico de drogas.

Houve um aumento dos registros de ocorrências de porte de drogas de 78% em relação ao período pré-intervenção, além de um aumento médio de 24% nas ocorrências de porte de armas.

Implementação e estudo

A Polícia Militar do Estado de São Paulo implementou o uso das câmeras em quatro fases. Esse estudo focou no impacto das três primeiras fases (em junho de 2021, fevereiro de 2022 e abril de 2022), comparando indicadores dos batalhões territoriais da Região Metropolitana da Capital.

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Essa distribuição faseada permitiu a avaliação do impacto do programa por meio da comparação entre as unidades que contam com a tecnologia e as que ainda não utilizam as câmeras. A análise contemplou o período entre janeiro de 2019, fase pré-intervenção e julho de 2022.

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