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Mulher de 82 anos é resgatada de trabalho análogo à escravidão; patroa dizia que queria bater nela e não pagava salário

Idosa trabalhou como empregada doméstica sem nenhum direito ou folga; casal foi condenado a pagar indenização

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Justiça manda casal indenizar idosa que trabalhava em situação análoga à escravidão Pixabay (Divulgação)

Uma mulher de 82 anos foi resgatada de um trabalho análogo à escravidão em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Ela trabalhou como empregada doméstica sem receber salários por 27 anos na residência de uma médica e de um empresário. As informações são do “UOL”.

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O resgate ocorreu no dia 24 de outubro, mas só agora o caso veio à tona. O Ministério do Trabalho, a Gerência Regional do Trabalho de Ribeirão Preto e a Polícia Militar participaram da ação.

O casal, que não teve o nome divulgado, foi processado e teve seus bens bloqueados no dia 1º de dezembro. Eles foram condenados a pagar uma indenização de R$ 815,3 mil à idosa. Cabe recurso.

Investiga-se se a idosa - negra e analfabeta - já trabalhava em condição análoga à de escravo antes de chegar à casa da médica e do empresário. Isso porque ela começou a trabalhar como doméstica ainda criança na casa de outra família e, quando a primeira patroa morreu, teria sido “cedida” ao novo casal.

Segundo o procurador Henrique Correia, a idosa se submeteu a essa situação por não ter sem estudos, amigos ou relacionamentos amorosos, em uma condição de extremamente vulnerável.

‘Queria te bater’

Além de não receber salários ou ter direito a folgas semanais, a idosa ainda ouvia frases de ódio e violência da patroa. A fiscal do trabalho Jamile Freitas Virginio disse ter ouvido durante a inspeção na casa frases como “minha vontade era de te esganar” e “eu queria te bater, se pudesse”.

Ainda segundo o “UOL”, com informações do MPT (Ministério Público do Trabalho), a patroa chegou a dificultar a investigação. Ela “tentou fugir da residência, levando consigo a trabalhadora”, mas acabou surpreendida pela PM. Depois, quis evitar que a emprega se identificasse, “tentando impedir a entrega de documentos pessoais”.

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O MPT disse ainda que a submissão da idosa ao casal talvez se justificasse pela promessa da realização de um sonho: “ganhar uma casinha” da patroa. Em depoimento, a vítima chegou a afirmar que a chefe “guardava seu dinheiro” para lhe comprar uma casa, o que nunca se concretizou.

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