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13º salário: especialista dá quatro dicas para usar bem a renda extra e evitar dívidas no ano que vem

Deixar as contas em dia e evitar juros altos é o primeiro passo; veja mais orientações do que fazer

Os trabalhadores devem receber, até o dia 20 de dezembro, todas as parcelas do 13º salário. Essa renda extra paga no fim do ano deve injetar R$ 250 bilhões na economia brasileira, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Mas nem todo mundo sabe como reverter esses valores em benefícios para o ano que se aproxima.

O coordenador do Instituto de Finanças da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Ahmed El Khatib, diz que primeiro cada trabalhador deve conhecer a própria realidade financeira. Caso tenha dívidas, esse recurso deve ser usado para quitá-las e evitar os juros altos. Já quem está com as contas em dia, deve formar uma reserva.

“Na vida do cidadão, o pagamento traz oportunidades de pagar suas dívidas, poupar um pouco de dinheiro ou realizar as compras de final do ano. Para as empresas e prestadoras de serviços é um período em que podem compensar eventuais perdas no ano, realizando mais vendas, obviamente de olho nesses recursos adicionais dos trabalhadores”, destaca Khatib.

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Veja abaixo quatro dicas para o bom uso do 13º salário:

  • Quem tem dívidas: pague-as

O 13º salário pode ajudar a frear uma espiral negativa nas finanças, quando aquela bola de neve de juros sobre juros parece incontrolável. Se o trabalhador tem dívidas com juros altos, como o cheque especial, faturas atrasadas do cartão de crédito ou outros empréstimos de curto prazo, a melhor opção é quitá-las.

A recomendação de Khatib é priorizar o pagamento das dívidas em atraso e com juros maiores. Entrar no rotativo do cartão de crédito e usar o cheque especial como complemento da renda pode complicar a vida financeira de muitas pessoas.

“Pode não ser o destino dos sonhos para esse dinheiro, mas é o mais indicado para quem está preocupado com o bem-estar financeiro. É uma decisão lógica: de que adianta pensar em investir para o futuro, projetando ganhos audaciosos de 10% ao ano acima da inflação, por exemplo, se você está usando dinheiro do cheque especial, cujos juros superam a casa dos 100% anuais?”, diz ele.

  • Quem não tem dívidas: poupe o valor

Para o especialista, todo dinheiro extra que entra no orçamento é uma ótima oportunidade para começar a poupar e investir. Segundo ele, não existe um investimento perfeito e sim o que funciona para cada pessoa.

“Não é preciso guardar todo o dinheiro. Eu sugiro um meio termo. Defina um percentual daquele dinheiro que vai para reserva de emergência e o outro percentual que vai para o seu consumo. A reserva financeira é o dinheiro guardado para momentos de necessidades e imprevistos. Para quem não tem dívidas, essa seria a primeira dica de como usar bem o 13º salário”, destacou o professor universitário.

Outra opção é começar uma previdência ou, para quem já tem uma, fazer um aporte maior agora. Também é possível comprar títulos públicos indexados ao IPCA, que apresentam um bom rendimento atualmente.

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  • Planejamento das finanças

Khatib alerta que o dinheiro deve trabalhar a favor da pessoa, e não o contrário. Ele orienta que o momento de lidar com a renda extra sirva para criar uma cultura de poupança, uma reserva financeira ou reforçar os investimentos já existentes.

Ele diz que é importante fazer uma verdadeira faxina no orçamento, eliminando todos os gastos supérfluos. Para isso, defina objetivos de curto (até 1 ano), médio (até 5 anos) e longo prazo (acima de 5 anos) para não perder o foco ao longo do caminho.

Depois disso, veja se faz sentido pagar as contas atrasadas ou guardar recursos para eventuais emergências.

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  • Gastos de fim de ano

Para quem não abre mão das compras de Natal, a orientação é planejar os gastos de fim de ano para evitar extrapolar.

“Não compre por impulso e crie um teto de gastos pessoal para a data. O ideal é que o teto não ultrapasse mais que 20% do salário. Adapte o preço dos presentes a essa realidade e seguramente terá uma boa situação financeira nos próximos meses, em especial, nos primeiros meses do ano onde as contas relacionadas ao IPTU, IPVA, material escolar, dentre outros, costumam ser bem pesadas”, orienta o especialista.

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