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‘Disseram que iam nos matar’, diz vítima de tortura em supermercado no RS

Dupla foi espancada em um depósito pelo furto de dois pacotes de picanha.

Uma das vítimas de tortura em um supermercado de Canoas, no Rio Grande do Sul, descreveu os momentos de terror que viveu em uma entrevista à RBS TV na última sexta-feira (9). As informações foram reproduzidas pelo “G1″.

O homem - um motorista de 47 anos e negro - disse que fazia uma corrida contratada pelo amigo suspeito de furtar peças de picanha no estabelecimento no dia 12 de outubro. Segundo ele, todos os seguranças estavam armados. “Inclusive dois puxaram a pistola pra nós. Apontaram, apontaram na nossa cabeça e disseram que iam nos matar.”

A vítima afirmou que o segurança de jaqueta que aparece nas imagens gravadas pelas cÇameras desferiu chutes contra sua cabeça e na boca. O PM (policial militar) de roupa rosa “também deu bastante soco, bastante paulada”.

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Ainda segundo o rapaz, o segurança de camiseta amarela e o PM de camiseta cinza “começaram aquela tortura como se fosse uma palmatória. Eles mandaram esticar as mãos e eles vinham com sarrafo e davam com força”.

O motorista disse ainda que, para o homem de cinza, teria implorado para não ser agredido no peito, em razão de um infarto sofrido em agosto. “Ele disse: ‘é, negão, não é pra bater no teu peito? Então, agora que eu vou bater no teu peito’.”

O policial militar aposentado, de acordo com o relato, agrediu o motorista na rua. Ele ainda teria ordenado ainda que o celular da vítima fosse quebrado. “Bateu, mas bateu pouco”, lembra.

Por fim, o homem contou que gerente do supermercado levou uma máquina de cartão de crédito para o pagamento das carnes - teriam sido exigidos R$ 800 e os produtos teriam ficado em posse dos agressores.

Relembre o caso

Dois homens foram cruelmente torturados no depósito de um supermercado por 45 minutos no dia 12 de outubro. A dupla teria furtado dois pacotes de picanha. Após o flagra, foram espancados.

Três policiais militares participaram da tortura. De acordo com a Polícia Civil, dois são militares da ativa e um aposentado. Ao todo, sete pessoas são investigadas pelo crime.

A polícia soube da ocorrência porque uma das vítimas deu entrada no Hospital de Pronto Socorro da capital Porto Alegre com ferimentos graves. Ele tinha diversas fraturas no rosto e na cabeça e precisou ser colocado em coma induzido. Um parente, então, contou para os agentes o que havia acontecido.

Em nota, a rede Unisuper disse: “Repudiamos veementemente qualquer ato de violência ou de violação dos Direitos Humanos” e que está “integralmente à disposição das autoridades para fornecer todas as informações solicitadas”.

A empresa Glock, que prestava serviço ao supermercado, disse em nota que só vai se manifestar em juízo, assim como os advogados do gerente e do subgerente.

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