A avó das quatro crianças que foram encontradas mortas dentro de casa, em Alvorada, na Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, afirmou que o crime foi motivado por vingança. Segundo ela, o pai dos menores, David da Silva Lemos, de 28 anos, que foi preso como o principal suspeito dos homicídios, já tinha agredido a mãe das vítimas e não aceitava o fim do casamento.
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“Ele já agrediu minha filha. Já tinha acabado o relacionamento, não tinha nada mais a ver, mas ele fez pra atingir minha filha, com certeza, da pior forma que tem. Ele é um covarde”, disse Idenise Martins da Silva, avó materna das crianças, em entrevista à RBS TV, afiliada da TV Globo no Rio Grande do Sul, divulgada pelo site G1.
Ainda segundo a avó, antes mesmo da separação, David já tinha agredido a ex-mulher. “Teve uma vez que as crianças foram para casa da avó lá de Alvorada, e ele agrediu ela. Chamei a BM [Brigada Militar], que pegou ele. E agora ele fez essa barbaridade com meus netos, que não tinham nada a ver. Esse assassino”, lamentou Idenise.
As crianças, que são três meninas, de 3,6 e 11 anos, e um menino de 8, foram encontradas mortas na noite de terça-feira (13). Três delas tinham marcas de facadas pelo corpo e a quarta sinais de asfixia.
O delegado Augusto Zenon, responsável pelas investigações, disse que a polícia foi acionada por volta das 19h30 de terça-feira, mas quando os agentes chegaram os menores já estavam sem vida. O investigador disse que o pai delas não estava no local, mas chegou a mandar mensagens para a ex-mulher fazendo ameaças naquele dia.
Assim, o genitor passou a ser procurado e acabou preso na madrugada desta quarta-feira (14) em um hotel na capital gaúcha. Informalmente aos policiais, ele teria confessado o crime e disse que queria se vingar da ex-mulher.
“Nos referiu que a motivação decorreu de desavenças com a ex-companheira e que como uma forma de causar um mal pra ela, vingança, ele cometeu esse homicídio quádruplo contra os próprios filhos”, disse o delegado.
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Dopou os filhos antes do crime
O delegado destacou, ainda, que David afirmou ter dado um chá para as crianças dormirem antes de serem mortas.
“Cada uma das crianças ele ia levando para dentro da casa, fazia a criança dormir. Ele já tinha aplicado um chá nas crianças, nos referiu que foi um chá que ele deu na segunda-feira (12) pela manhã e que ele ia levando as crianças para casa e a criança dormia e ele sufocava a criança com o travesseiro”, contou o investigador ao G1.
“Isso foi feito na criança mais nova e nas maiores ele fez a mesma coisa e depois deu as facadas. As crianças mais velhas foram golpeadas no peito e nas costas com mais de 10 facadas”, relatou Zenon.
O caso segue sendo investigado pela Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP). A casa em que as crianças estavam ainda passa por uma perícia.
Medida protetiva
Conforme o delegado, a mãe das crianças já tinha denunciado o ex-marido por violência doméstica em setembro passado. Na época, durante uma briga, o homem a teria arrastado puxando pelos cabelos e feito ameaças com uma faca. Vizinhos tiveram que intervir.
Eles ficaram casados por 11 anos e estavam separados desde agosto deste ano. Inconformado, o homem a agrediu e, depois disso, ela obteve uma medida protetiva. Dessa forma, ele estava proibido de se aproximar dela.
Os filhos estavam visitando o pai e voltariam para a casa da mãe nos próximos dias.
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