A primeira grávida a ser atendida pelo anestesista Giovanni Quintella Bezerra no dia 10 de julho no Hospital da Mulher Heloneida Studart, no Rio de Janeiro, concedeu entrevista ao “G1″ e disse que carrega diversos traumas. Horas depois de trazer seu filho ao mundo, o médico foi preso em flagrante acusado de estuprar uma mulher durante o parto.
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A vendedora, que não quis se identificar, afirmou que, pelas circunstâncias de seu parto, não tem dúvidas de que também foi vítima do anestesista. Por conta disso, ele também é investigado na Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de São João de Meriti por outro abuso.
“De início, eu não consegui dormir. Era aquela coisa de não querer acreditar. Por mais que eu tenha visto o vídeo da outra mulher, me perguntava por que ele fez isso? Porque a gente está ali feia, acabada, o cara fazer isso. A gente não entende o prazer do cara nisso”, disse.
A mulher afirmou ainda que “a ficha só caiu” quando chegou em casa e reviu as atitudes do médico.
“Ele não deixou que o enfermeiro me fizesse a sonda, me limpou, me alisou, além de fazer uma sedação muito forte. Eu lembro que eu entrei na sala de parto às 8h, porque tinha um relógio na parede, e só acordei às 16h já no quarto. Eu já havia feito uma cesariana antes e nunca dormi. Isso é muito estranho. Além de elogiar a minha tatuagem”, lembrou.
O vídeo
A vendedora disse à reportagem que assistiu ao vídeo em que o anestesista aparece abusando de uma grávida e que o sentimento é de revolta e nojo.
“Eu vi o vídeo dele abusando da mulher na maternidade. Eu senti revolta, nojo. Porque aquele é um momento que estamos frágeis e não esperamos passar por essa situação. Gera uma revolta. Você prepara o enxoval do filho, se prepara e vem à tona o que aconteceu. Além dessa situação tão difícil, você fica com a preocupação de o cara ter alguma doença, você amamentar seu filho e ele ser contaminado. Eu sei de mim, que fiz os exames direitos. Mas eu não sei da índole dele”, diz a mulher. “Por que ele fez aquilo? Ele acabou com o meu momento”, completou.
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Defesa não tem dúvidas
Segundo Joabs Sobrinho, advogado da possível vítima, não há dúvidas de que Bezerra também abusou de sua cliente.
“Ele se envolveu de forma diferente de um médico anestesista. Ele queria colocar o cateter, queria limpá-la. Esses atos chamam muita atenção, já que médico não faz isso. Além do tempo que ela ficou sedada: ficou de 8h às 16h desacordada. Quando eu vi os boletins de ocorrência da equipe médica, eu tive a certeza que ela foi abusada. Lá, eles narram efetivamente que viam que ele estava abusando da primeira vítima, que é a minha cliente”, afirmou ao “G1″.
A Defensoria Pública do Estado, que faz a defesa do anestesista, disse que não vai se manifestar sobre o caso, já que o processo corre em segredo de Justiça.
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