Renan Augusto Gomes, de 35 anos, mais conhecido como o “Galã do Tinder”, começa a ser julgado nesta quinta-feira (15) pela Justiça de São Paulo. Ele é réu por estelionato cometido contra uma moradora de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, a quem deu um golpe financeiro. Se condenado, ele pode pegar de 4 a 8 anos de prisão.
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O julgamento será realizado nesta tarde por meio de vídeo conferência no Fórum Criminal de São Bernardo. A mulher disse ao longo do processo que havia conhecido o golpista por um aplicativo de relacionamentos no celular e que ele a causou um prejuízo de R$ 150 mil.
Mas essa não seria a única vítima dele. A Polícia Civil ainda apura o envolvimento dele em cinco golpes. Outra mulher relatou prejuízo superior a R$ 500 mil depois que emprestou o dinheiro ao ‘galã' mediante a promessa de participação em uma sociedade em uma loja de celulares que nunca existiu.
Mais uma relatou em depoimento que gastou R$ 15 mil com o suspeito, e outra vítima disse que perdeu R$ 8 mil após um golpe aplicado por ele. Os valores dados pelas outras duas mulheres não foram divulgados.
Prisão
Gomes foi preso no último dia 22 de setembro na região de Pirituba, Zona Norte de São Paulo, durante operação conjunta entre a Deic (Delegacia Especializada em Investigações Criminais) de São Bernardo do Campo e o MP (Ministério Público). Ele é suspeito de aplicar golpes em São Paulo e em São Bernardo do Campo após conhecer as vítimas em aplicativos de relacionamento.
A prisão preventiva do suspeito havia sido decretada há cerca de três meses. A defesa do suspeito ingressou com um pedido de habeas corpus na 2ª instância, que acabou negado. Ele passou, então, a ser considerado foragido.
Renan foi encontrado na Avenida Raimundo Pereira Magalhães em um carro. Ao tentar fugir, acabou batendo em três veículos. Foi detido e encaminhado à delegacia.
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Após a prisão, as outras cinco mulheres na Grande São Paulo procuraram a Polícia Civil para denunciá-lo. Mas o número de vítimas pode ser ainda maior.
Os golpes
Conforme a investigação, o golpista tinha diversos perfis em redes de relacionamento, entre eles o Tinder, Inner, Happn, Lovoo, e se identificava como Augusto Keller.
Ele abordava as mulheres de classe média alta e dizia que era filho de alemães. Para sensibilizá-las, afirmava que os genitores pais tinham morrido em acidente de carro em Araçatuba, no interior de São Paulo. Assim, se envolvia amorosamente com as vítimas e chegava até a conhecer os familiares delas.
Em seguida, com o tempo, ele começava a pedir dinheiro emprestado alegando problemas com a Receita Federal ou com os bancos. As mulheres acabavam cedendo e, depois, ele desaparecia.
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