A greve dos aeronautas entrou no seu segundo dia nesta terça-feira (20) e causa problemas em voos nos aeroportos paulistas. Em Congonhas, na Zona Sul da capital, por volta 7h, eram registrados seis cancelamentos e oito decolagens em atraso. Já no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, no mesmo horário, eram registrados três voos atrasados.
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A paralisação começou na segunda-feira (19). A categoria, que reivindica reajuste salarial (entenda mais abaixo), pretende cruzar os braços diariamente das 6h às 8h.
Até as 18h de ontem, em Congonhas, foram registrados 82 atrasos e 19 cancelamentos de voos, segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que administra o terminal.
Já a GRU Airport, concessionária que administra o aeroporto de Guarulhos, informou que, devido à paralisação, 21 voos operaram com atraso ao longo de segunda-feira e nenhum foi cancelado.
Além da capital, a greve atinge o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, e também outros estados, como no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul (Porto Alegre), Minas Gerais (Belo Horizonte), Ceará (Fortaleza) e o Distrito Federal (Brasília).
Integram a categoria de aeronautas são todos os profissionais que exercem atividade no interior de uma aeronave, como o piloto, co-piloto, comissário de bordo, mecânico de voo, navegador e radioperador de voo.
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Reivindicações
Os trabalhadores rejeitaram em votação virtual realizada no fim de semana a proposta apresentada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). Entre os 5,7 mil votantes, 76,4% rejeitaram o oferecido pela mediação do tribunal.
A proposta apresentada pelo vice-presidente do TST, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, prevê reposição de 100% da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais aumento real de 0,5%. Os percentuais incidem sobre os salários fixos e variáveis.
O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Henrique Hacklaender, destacou que além do ganho real sobre os salários, a categoria quer melhores condições de descanso. Os trabalhadores reivindicam pontos como a proibição de alteração dos dias de folga e o cumprimento dos limites já fixados do tempo em solo entre etapas de voos.
Na sexta-feira (16), a ministra do TST Maria Cristina Peduzzi determinou que deve ser garantido o mínimo de 90% de pilotos e comissários em serviço durante a greve. A decisão foi motivada por uma ação do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea).
Na decisão, a ministra negou o reconhecimento da abusividade da grave, mas determinou que deve ser mantido percentual mínimo de aeronautas em serviço.
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