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Estudante que teve rosto cortado em ônibus diz que segue apavorada após ataque: “Vivo sob o medo”

Jovem dormia, quando acordou ferida; vídeo mostrou movimentação de mulher nas proximidades da vítima

Suspeita foi ouvida e liberada
Estudante de enfermagem Stefani Firmo, de 23 anos, teve o rosto cortado enquanto estava dentro de um ônibus de turismo (Reprodução/Redes sociais)

A estudante de enfermagem Stefani Firmo, de 23 anos, que teve o rosto cortado durante uma viagem de ônibus e precisou levar 18 pontos, diz que segue apavorada após o ataque. Em relato feito ao jornal “O Globo”, ela falou do medo de sair sozinha nas ruas e também que a suspeita pelo ataque, que foi filmada circulando nas proximidades da vítima dentro do coletivo (veja vídeo abaixo), fique impune.

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“Sou eternamente grata a Deus por estar viva, mas é impossível não pensar nos estragos do gesto dessa pessoa. Passados mais de 15 dias, eu vivo sob o medo. Não saio na rua sozinha e até mesmo dentro de casa preciso da companhia de alguém. Muito menos ando de ônibus”, desabafou a estudante.

“O trauma é de todos. Sempre que meu pai me olha, chora. Ele se emociona em pensar que talvez eu não pudesse estar aqui. Minha mãe, agora, está um pouco mais tranquila. Me roubaram o prazer de viajar, uma das coisas que mais amava”, relatou ela.

O caso aconteceu na madrugada do último dia 29. Stefani, que é natural de São Paulo, mora em Itabuna, no sul da Bahia, desde 2008. Ela viajou para o Recife, em Pernambuco, com uma amiga para fazer uma prova de residência. Quando estava fazendo a viagem de volta para casa, ela contou que se cobriu com o edredom e adormeceu no coletivo. Porém, acordou sentindo o rosto ardendo.

Um vídeo publicado pelas jovens nas redes sociais mostrou a mulher se aproximando dela dentro do ônibus. Apesar de não ser possível ver o ataque em si, a estudante acredita que ela a atacou.

Stefanie ressaltou que a passageira tem aparência de 45 anos, cabelos bem curtos, cacheados e ruivos. O que chamou a atenção dela foi a forma fria que a tratou após o ataque, já que os demais passageiros estavam muito preocupados com o que tinha acontecido.

“A ficha vai caindo aos poucos em meio a um turbilhão de preocupações. Passo os dias focada em saber sobre as investigações, cansada de esperar e receber justificativas. Meu receio é que ela não seja punida e continue solta. Alguns passageiros pegaram o meu contato e me enviaram fotos da mesma mulher rodando pela rodoviária, dias após o que aconteceu. É injusto que eu esteja vivendo dessa forma e ela esteja livre e tranquila”, afirmou a jovem.

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A Polícia Civil informou que as investigações do caso seguem em andamento. A faca apreendida com a suspeita foi encaminhada para perícia e os laudos periciais são aguardados. Caso fique comprovado que ela a atacou, ela será indiciada e responderá pelo crime.

“Estou tendo acompanhamento psicológico. Às vezes, me pergunto se ela faria o mesmo se fosse outra pessoa ali. Por que comigo? Fico buscando respostas. As pessoas acham que sou forte. Mas a minha força é a indignação. A suspeita carregava uma faca de churrasco, um alicate e uma tesoura. Mesmo assim, foi liberada pela polícia”, lamentou a estudante.

Suspeita foi ouvida e liberada
Estudante de enfermagem levou 18 pontos após levar facada no rosto enquanto estava em ônibus de turismo (Reprodução/Arquivo pessoal)

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