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Família de brasileira morta celebra condenação de boliviano à prisão perpétua: ‘Sentença trouxe alívio’

Goiana foi enforcada após ser roubada em Buenos Aires, na Argentina, em março de 2018

A família da estudante brasileira Luana Carneiro de Melo, de 24 anos, que foi morta por um boliviano em Buenos Aires, na Argentina, se diz aliviada com a condenação do homem à prisão perpétua. A morte dela chegou a ser considerada “natural”, mas uma investigação apontou que Iver Uruchi Condori, de 32 anos, foi o autor do crime. Ele a matou enforcada depois de invadir seu apartamento para roubá-la, em março de 2018.

“Estávamos esperançosos pela condenação, porém, conscientes de que a justiça é falha e a impunidade uma realidade ao redor do mundo. Ouvir a sentença nos trouxe alívio e o sentimento de que justiça foi entregue à memória da Luana, que tanto lutava por esta causa”, destacou a família em nota enviada a agência de notícias argentina “Télam”.

Conforme a investigação, Luana morreu vítima de enforcamento. Primeiramente as autoridades policiais acreditaram que ela tinha falecido de “causas naturais”, no entanto, uma perita encontrou indícios que apontavam para um assassinato. Assim, após uma investigação, a polícia descobriu que Iver invadiu o apartamento da estudante e roubou dinheiro, um celular e o notebook dela. Depois, a enforcou e fugiu.

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O advogado Macos Tosato, que defende a família de Luana, contou como os policiais chegaram até o suspeito. “O criminoso roubou o telefone da Luana. Esse iPhone foi ativado dois meses após o crime por um irmão do Iver. Ele não soube explicar isso. Quando tentou, não deu certo. Os médicos forenses foram determinantes. Não era uma morte natural, mesmo que assim se pensasse no início”, explicou o defensor.

A investigação mostrou que o boliviano trabalhava para a dona do apartamento que era alugado pela goiana, mas não tinha nenhuma ligação com a jovem. Semanas antes de ser morta, a jovem já tinha reclamado que o homem a espionou enquanto tomava banho.

A condenação de Iver saiu no último dia 21. Conforme Tosato, ele deve começar a cumprir a pena na Argentina, mas depois os advogados dele podem pedir que seja transferido para a Bolívia. Apesar da sentença, ainda cabe recurso

A defesa do boliviano não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

Defesa dos direitos das mulheres

Mãe de Luana, Rosemary Carneiro de Freitas, que mora em Goiás, disse que acompanhou por videoconferência todas as audiências do julgamento do boliviano. Ela disse que a filha sempre foi uma defensora do direito das mulheres e a condenação do homem “representa a persistência dessa luta”.

“Em vida, Luana sempre lutou pela justiça e pelos direitos das mulheres. A condenação de seu assassino, para nós, representa a persistência dessa luta”, afirmou Rosemary à “Télam”.

“Embora nada possa trazer nossa Luana de volta, saber que seu algoz não sairá às ruas para ferir outras mulheres, e que a Justiça foi feita em sua memória, nos traz alívio. Agradecemos ao Ministério Público e aos peritos criminais por sua incansável trabalham na busca de respostas e justiça”, ressaltou a mãe da vítima.

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