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Musa fitness presa em SP: como eram os golpes aplicados por personal trainer desde 2011

Andrea Luciana Zaude é investigada por mais de 40 crimes; ela também atropelou o segurança de um shopping

A personal trainer Andrea Luciana Zaude, que foi presa em flagrante após aplicar o 11º golpe contra a mesma joalheria de um shopping na Zona Norte de São Paulo e atropelar um segurança, tem uma extensa ficha criminal. Segundo a Polícia Civil, ela é investigada em mais de 40 inquéritos por vários crimes, entre fraudes e estelionato, cometidos desde 2011. Depois de ser detida na terça-feira (27), ela teve a prisão convertida em preventiva.

Andrea também é modelo, competidora internacional de hipismo e ex-fisiculturista. Ela ficou conhecida como a “Musa do Golpe”, em função das diversas denúncias feitas à polícia por casos de estelionato e fraudes.

Segundo as ocorrências, a mulher costumava abastecer o carro em postos e sair sem pagar, efetuava compras em diversos estabelecimentos e apresentava comprovantes de pagamento falsos, alugava imóveis e não pagava, além de fazer procedimentos em salões de beleza e também não quitar os valores devidos, entre outras fraudes.

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No caso do último golpe, aplicado contra a joalheria, essa já seria a 11ª fraude. Conforme o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), ela entrou no site da loja e escolheu algumas peças, avaliadas em R$ 13 mil. Depois, fez um falso pagamento via Pix e esteve no estabelecimento para retirar as joias. No entanto, funcionários ficaram alertas e acionaram os seguranças do shopping.

Ao tentar deixar o local em um carro de luxo, ela acabou atropelando um dos seguranças que tentavam impedir sua fuga. O homem sofreu fraturas na perna e foi socorrido pelos colegas de trabalho.

Depois disso, uma equipe da Polícia Militar que estava nas imediações foi avisada e identificou o carro da personal trainer seguindo pela Rua Voluntários da Pátria. Ela recebeu vários avisos de parada, mas só foi detida quando já estava na Rua Amaral da Gama, no bairro de Santana.

Assim, ela foi presa em flagrante e levada para a delegacia. No local, acabou autuada por tentativa de homicídio contra o segurança.

A defesa de Andrea não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

Outros golpes

Um levantamento feito pelo site G1 mostrou uma série de crimes pelos quais Andrea é investigada. O primeiro deles, em 2011, foi cometido contra um posto de gasolina em Santana, na Zona Norte, onde ela pediu para encher o tanque de combustível e foi embora sem pagar os R$ 103 devidos. Na mesma época, ela também foi denunciada por outro posto de Barueri, na Grande São Paulo, também por furto de combustível.

Em maio de 2015, a musa fitness foi denunciada à polícia por uma farmácia que fica em Alto de Pinheiros, na Zona Oeste, onde ela comprou medicamentos controlados via delivery e, na hora de pagar, o cartão de crédito deu um problema e o vendedor acabou no prejuízo.

Depois disso, em janeiro de 2018, a personal trainer aderiu a um seguro de saúde, quando passou a ter direito a reembolso por gastos com consultas. Para reaver os valores, no entanto, ela deveria apresentar a nota fiscal assinada pelo médico. Assim, em um intervalo de 15 dias, ela fez o pedido de vários reembolsos, que totalizaram R$ 24 mil, e o convênio suspeitou de fraudes.

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Na época, as clínicas envolvidas negaram ter prestado atendimento à mulher. O caso chegou a ser levado ao Ministério Público de São Paulo, mas acabou arquivado por falta de provas.

Naquele mesmo ano, outros médicos de várias especialidades denunciaram que a mulher fez pedidos de reembolsos apresentando recibos assinados por eles, mas negaram que ela tivesse sido atendida.

Fraudes continuaram

Ainda segundo o site G1, em março de 2019, um representante de uma loja de produtos para animais de Campinas, no interior paulista, denunciou ter vendido mais de 30 materiais para hipismo para a suspeita, que não pagou pelos itens. Meses depois, em agosto daquele ano, foi a vez de um pet shop em Alphaville, na Grande São Paulo, procurar a polícia dizendo que ela comprou cerca de R$ 1 mil em produtos, mas a transferência bancária nunca foi recebida.

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Já em outubro de 2019, o mesmo golpe teria sido aplicado contra um pet shop em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. As mesmas denúncias foram feitas por donos de farmácias e de outras lojas de animais da cidade. Todos eles diziam que a mulher alegava problemas com os cartões e sumia sem pagar as dívidas.

Naquele mesmo ano ela voltou a abastecer o carro em um posto na capital paulista e foi embora sem pagar os R$ 186 devidos. Logo depois, no Natal, contratou uma empresa para decorar sua casa e o valor ficou em R$ 2.869. Depois, Andrea teria feito um DOC para a empresa, mas o valor nunca foi creditado na conta. A personal trainer chegou a ser condenada pela Justiça nesse caso e deveria efetuar o pagamento, mas ela não compareceu às audiências e não quitou os valores.

Em junho de 2020, em plena pandemia de covid-19, a musa fitness foi denunciada por um empresário após alugar um carro no Jabaquara, na Zona Sul de São Paulo. Ela teria usado cartões de crédito para pagar pelo uso do veículo, mas nunca transferiu os R$ 9 mil devidos.

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Em dezembro do mesmo ano, uma academia de Barueri também registrou uma queixa contra Andrea, que teria fechado um plano semestral no valor de R$ 11,3 mil e nunca pagou.

Outras empresas de Barueri, como lojas, também denunciaram a personal trainer por golpes aplicados naquela época, assim como a dona de um imóvel que teria sido alugado por ela, mas nunca recebeu os valores acertados entre as partes.

Golpes mais recentes

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Em outubro do ano passado, Andreia teria aplicado golpes em um hotel na Consolação, no Centro de São Paulo, onde passou uma semana hospedada e deixou um prejuízo de R$ 32 mil. Em dezembro seguinte, ela procurou uma fisioterapeuta em Santana para colocar joias de ouro na orelha. O serviço custou R$ 5,5 mil e foi pago via Pix, mas também nunca chegou a cair na conta.

Ainda em dezembro de 2021, a musa fitness esteve em um salão de beleza na capital paulista, onde fez vários tratamentos em um período de quatro dias. Lá, ela também adquiriu joias, mas, assim como os demais casos, não pagou.

Em abril deste ano, o golpe teria sido aplicado contra a dona de um imóvel que foi alugado por Andrea. O aluguel seria de R$ 4,5 mil ao mês por um ano, mas ela sempre atrasou os pagamentos e acabou denunciada à polícia.

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Depois disso, ainda em abril, o dono de uma loja de produtos de animais em São Lourenço da Serra, na Grande São Paulo, disse ter sido vítima de estelionato. Ele disse que a mulher fez compras de vários produtos e pagou com cartões de crédito em nome de outras pessoas. Uma delas chegou a custar R$ 7 mil e também nunca foi paga.

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