O sonho de se tornar milionário virou um pesadelo para um grupo de moradores de São José da Bela Vista, no interior de São Paulo. Os apostadores dizem que pagaram R$ 30 para participar de um bolão da Mega da Virada, que totalizou 44 jogadores. Porém, o organizador diz que as apostas foram divididas em duas, sendo que uma das cotas, que conta com nove pessoas, faturou R$ 108,3 milhões. Já os demais ficaram sem o dinheiro e registraram um boletim de ocorrência para contestar a divisão.
A Mega da Virada pagou um prêmio total de R$ 541,9 milhões, o maior da história da loteria, no último dia 31 de dezembro. No total, cinco apostas foram premiadas, sendo que elas são das cidades de Florestal (MG), Arroio do Sal (RS), Santos (SP) e São José da Bela Vista (SP). A quinta foi feita por meio dos canais eletrônicos da Caixa, o que impossibilita saber sua localização.
Na última sexta-feira (6), as nove cotas do bolão premiado de São José da Bela Vista foram sacadas, sendo R$ 12 milhões cada uma. Revoltados, os demais participantes do bolão dizem que foram enganados pelo organizador e questionam a divisão dos valores.
Como foi feito o bolão?
Um dos participantes, que não quer ser identificado, disse em entrevista ao site G1 que foi procurado pelo organizador do bolão, no último dia 20 de dezembro, via WhatsApp. Na ocasião, foi lhe oferecida uma cota no valor de R$ 30 para concorrer a um bolão da Mega da Virada.
O homem diz que, em nenhum momento, o organizador explicou que seriam feitos dois jogos. Assim, os 44 participantes acreditavam que estavam concorrendo pelo mesmo jogo. No entanto, após o sorteio no dia 31 de dezembro, ele entrou em contato e foi informado que as apostas tinham sido divididas e que apenas nove jogadores integravam a que foi premiada.
Revoltado, ele procurou um advogado e foi orientado a registrar um boletim de ocorrência. O jogador diz que ele, e os demais 35 apostadores que ficaram sem o dinheiro, têm áudios e comprovantes de pagamento que foram feitos ao organizador para a participação no bolão.
Pedido de bloqueio do prêmio
Também ao site G1, o advogado Mario Alexandre Bassi, que representa dez dos 35 jogadores que se dizem lesados, informou que o organizador não disse que dividiria os jogos em dois e que todos eles confiaram na boa-fé dele em registrar a aposta em nome de todos.
“Ele fala vamos participar do bolão com a gente, você faz o pagamento de um valor e vai estar automaticamente participando. Dessa forma, individualmente, ele fazia a conexão com essas pessoas e ia arrecadando os valores para fazer o bolão”, afirmou.
Agora, o defensor diz que está reunindo as cópias dos comprovantes de pagamento e conversas de WhatsApp para entrar com uma ação judicial e pedir o bloqueio do prêmio.
“A gente está terminando de juntar a documentação e amanhã ou depois a gente faz o protocolo para a Justiça fazer a avaliação e o possível bloqueio de valores para poder respaldar os nossos clientes”, destacou Bassi.
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