O filho do comerciante Severino Bernardino do Nascimento, de 65 anos, dono do comércio onde o adolescente Heitor Santos Poncidônio, de 16, ingeriu soda cáustica, no Guarujá, no litoral de São Paulo, diz que o menor foi alertado sobre o conteúdo da garrafa e que, mesmo assim, fez o consumo. O rapaz morreu dias após ficar internado e a família confirma que ele tomou o líquido, mas afirma que ele pensava se tratar de água.
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Segundo os parentes de Heitor, a ingestão da soda cáustica ocorreu no último dia 1º de dezembro, em Vicente de Carvalho. O adolescente foi ao comércio para comprar cloro e desinfetante para a avó. Com sede, ele pediu água e teria recebido uma garrafa, que ingeriu sem perceber que se tratava de um produto químico.
Na ocasião, o adolescente foi levado a um hospital. O estado de saúde era considerado grave em funções de lesões no esôfago e ele permaneceu internado até o dia 12 de dezembro. Depois disso, foi para casa, mas estava fraco, já que não conseguia se alimentar direito.
No último dia 7 de janeiro, ele começou a sentir dores abdominais e ele foi, novamente, hospitalizado. Na ocasião, os médicos o submeteram a exames e constataram que ele estava com um quadro de inflamação no estômago.
No dia 9 de janeiro, o menor foi encaminhado para fazer uma endoscopia, mas passou mal e precisou ser reanimado. Foi quando ele não resistiu e morreu. “Foi imediatamente para sala de emergência, onde vários médicos tentarem reanimá-lo, porém sem êxito”, contou a prima da vítima, Eduarda Poncidônio Costa, segundo o boletim de ocorrência.
Tomou após alerta
Filho do comerciante, Adriano de Souza confirmou que foi entregue uma garrafa sem rótulo para o adolescente, mas ressalta que ele foi alertado sobre o conteúdo.
“Para surpresa de todos ali no local, esse jovem pegou o frasco e, sem motivo aparente, abriu, colocando embaixo do braço e derramando parte do líquido no chão. Mesmo depois de alertado aos gritos pelo funcionário: ‘cara, isso é soda’, ele levou à boca. Parecia que não conseguia engolir direito e depois e já começou a vomitar. Um outro cliente que ali estava pegou o carro e o levou ao pronto-socorro de Vicente de Carvalho”, disse Adriano em entrevista ao site UOL.
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Ele disse também que o pai conhece os familiares do rapaz e que lamenta a morte dele. “Meu pai é um comerciante conhecido na cidade, porque o comércio dele vende peças de eletrodomésticos que em nenhum lugar tem, como peças de fogões antigos. Ele é idoso e está muito preocupado com tudo que aconteceu, principalmente pela perda de um jovem assim tão rapidamente”, afirmou.
Adriano destacou, ainda, que Severino estava sempre em contato com os parentes para saber sobre o quadro de saúde de Heitor.
“Soubemos que ele já estava bem, já jogando futebol inclusive. Que apenas estava necessitando de uma dieta à base de líquidos, por ter a boca machucada. Desde o princípio, deixamos claro que estaríamos a disposição, tanto da Justiça como dos familiares, que em nenhum momento nos procuraram”, concluiu.
O caso foi registrado e é investigado pelo 2º Distrito Policial do Guarujá. A Polícia Civil solicitou as imagens de câmeras de segurança da loja, mas o comerciante alegou que o sistema estava inoperante naquela ocasião, mas que os equipamentos permaneciam no local com o intuito de inibir a ação de bandidos.
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